Nesta quarta-feira (24), uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia (em Santa Bárbara, Estados Unidos) apontou que em diversas partes do mundo foi registrado o esgotamento de reservas subterrâneas de água. Essa afirmação vem da pesquisa que efetuou a análise dos medidores de nível d’água de 170 mil poços em mais de 40 países.
Pesquisa movida pela curiosidade
A professora associada do Programa de Estudos Ambientais da Universidade da Califórnia e coautora do estudo, Debra Perrone, afirma que o estudo foi realizado por conta da curiosidade e também com a intenção de compreender melhor a situação em que se encontram as águas subterrâneas, que factualmente têm suma importância na vida de diversas pessoas em diversos aspectos de uso, como por exemplo, para irrigação e hidratação.
Estes aquíferos são extremamente importantes para pessoas que vivem em partes do mundo como o noroeste da Índia e o sudoeste dos Estados Unidos, onde as chuvas e a água superficial não são frequentes. “Este estudo foi movido pela curiosidade. Queríamos compreender melhor o estado das águas subterrâneas globais, analisando milhares de medições do nível das águas subterrâneas” – explica Debra Perrone.
A ação executada pelos pesquisadores é importante tanto por evidenciar a situação em que se encontram as águas subterrâneas, quanto para ajudar outros cientistas e pesquisadores a entender melhor qual é o impacto do ser humano neste atual cenário, que podem variar do uso excessivo da água até a mudança climática causada pelo próprio ser humano que, dessa forma, pode ter alterado as chuvas de determinados locais e assim prejudicado as reservas d’água.
Dados coletados através do estudo
Foi descoberto pelos autores da pesquisa que, entre os anos de 2000 e 2022, o nível das águas subterrâneas diminuíram. Foi observado que essa diminuição foi de 71% em 1.693 sistemas aquífero analisados, tendo em 36% dos casos uma média de diminuição de 0,1 m por ano, indicando 617 dos locais analisados.
A taxa de declínio mais veloz dentre as analisadas, foi a do Aquífero Ascoy-Soplamo (localizado na Espanha), que corresponde a uma redução média de 2,95 m por ano. Scott Jasechko, professor associado da Escola Bren de Ciência e Gestão Ambiental, da Universidade da Califórnia, informou através de e-mail que diversos lugares desenvolveram estratégias para lidar com esta condição, mas pontuou também que estes casos são raros.