Neste domingo (22), o Poder Legislativo Iraniano aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, segundo informações da agência “Reuters”. O local é uma passagem extremamente importante na rota dos navios petroleiros, que transportam a commodity e gás, extraídos dos países do Oriente Médio, para a Ásia, Europa e Américas. O Conselho Supremo de Segurança Nacional do país ainda precisa analisar a medida, para que, na sequência, ela seja aprovada pelo aiatolá Ali Khamenei. A decisão é uma retaliação aos bombardeios que ocorreram na madrugada do último sábado às instalações nucleares do Irã: Fordow, Natanz e Isfahan.
Bloqueio estratégico
A região marítima que o Irã ameaça bloquear, denominada Estreito de Ormuz, fica próxima ao Golfo Pérsico, exatamente na divisa entre os países Irã e Omã. Cerca de 20% do petróleo comercializado no mundo inteiro, extraído dos países do Oriente Médio, como os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, é transportado por navios petroleiros que utilizam esta importante passagem rumo aos continentes Ásia, Europa e América, abastecendo só na Ásia, países como a China, Índia, Japão e Coreia do Sul.
A 5ª Frota da Marinha Americana tem uma base em Bahrein, a aproximadamente 450 a 500 quilômetros do Estreito e, visando a proteção da navegação comercial, monitora toda essa área que está sob ameaça de fechamento pelo Irã.
A medida é uma retaliação estratégia promovida pelo país recém-bombardeado. Enfraquecido militarmente, após uma série de ataques a Israel no decorrer dos últimos 10 dias, com cada vez menos armamentos e artefatos militares, não restou outra alternativa a Teerã a não ser pressionar os Estados Unidos, utilizando outras armas que tem na manga, como, por exemplo, a ameaça de fechar a passagem, crucial para a rota marítima.
Suicídio econômico
O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, em entrevista à Fox News Live, declarou que se o Irã tomar essa medida será “um suicídio econômico para eles”, e que os Estados Unidos possuem outras opções para lidar com isso. Alertou, ainda, que caso isso ocorra, poderá haver uma escalada massiva do conflito, tomada não somente pelo governo de Trump, mas também pelo governo de outros países. E sinalizou que “eles serão julgados pelas ações que tomarão daqui por diante”.
Caso o país norte americano efetivamente opte por entrar no conflito entre Israel e Irã, somando forças àquelas de Benjamin Netanyahu, construindo, assim, uma capacidade muito superior àquela do Irã, este, por sua vez, promete retaliações que podem atingir as bases americanas e de seus aliados, instaladas no Oriente Médio.