Megaoperação no Complexo da Penha deixa mais de 60 mortos e 3 feridos após intenso tiroteio

A operação já é considerada a mais letal da história no estado do Rio de Janeiro

28 out, 2025
Policiais civis e militares nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro (Reprodução:  Foto/ José Lucena/TheNews2/Estadão)
Policiais civis e militares nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro (Reprodução: Foto/ José Lucena/TheNews2/Estadão)

Desde as primeiras horas dessa terça-feira (28), o Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, foi palco de uma megaoperação policial contra o tráfico de drogas e facção criminosa, que resultou em 64 mortos, com 18 traficantes e 4 agentes. As informações apontam que moradores sem ligação ao crime também faleceram durante o confronto.

Além disso, 3 moradores da região foram atingidos por bala perdida: um homem em situação de rua foi alvejado nas costas e levado para o Getúlio Vargas; uma mulher que estava em uma academia em Olaria também foi ferida, mas já recebeu alta; e um homem que estava num ferro-velho.

A ação da polícia envolveu 2.500 policiais designados a cumprir 100 mandados de prisão na comunidade. Os criminosos reagiram com drones-bomba e fortemente armados, 81 foram detidos, também foram apreendidos 42 fuzis, duas pistolas, nove motos e 200 quilos de drogas.


Vídeo Bom Dia Brasil (reprodução: G1/YouTube/Tv Globo)


Chefe de Segurança Pública admite dificuldade do Estado no combate ao crime organizado

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, reconheceu nesta terça-feira (28), em entrevista ao Bom Dia Rio, que o Estado enfrenta “grandes dificuldades” no combate ao crime organizado, especialmente em comunidades dominadas por facções criminosas.

Segundo o secretário, o poder das organizações criminosas é resultado de anos de ocupação territorial e armamento pesado.

Estamos lidando com grupos que se estruturaram ao longo do tempo e que têm acesso a armamento de guerra. Isso torna nossas operações extremamente complexas e arriscadas, tanto para os policiais quanto para os moradores”, afirmou Santos.

Ele também destacou que o Estado precisa reforçar a inteligência policial e a integração entre as forças de segurança.

O enfrentamento direto é apenas uma parte do problema. Precisamos de investimento contínuo em inteligência, tecnologia e ações conjuntas entre Polícia Civil, Militar e Federal. Só assim conseguiremos enfraquecer de fato essas facções”, declarou.

Rotina da população interrompida

Durante a operação, moradores relataram momentos de pânico e dificuldade para deixar suas casas. Escolas e comércios locais suspenderam as atividades, e o transporte público foi interrompido em vários pontos do complexo. Nas redes sociais, circulam vídeos mostrando o som intenso de tiros e a movimentação de veículos blindados da polícia.

A operação já é considerada a mais letal da história no estado do Rio de Janeiro. Por esse motivo, diversas vias da cidade carioca foram fechadas e linhas de ônibus sofreram alterações em suas rotas.

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