Sanções de Trump à Rússia não significam encerramento das negociações entre países

Após a determinação de Washington, estabelecendo o prazo de 50 dias para que a Rússia encerre seu conflito com a Ucrânia, além da promessa de envio de novos mísseis para Kiev, na data de ontem (17/7), o governo da Rússia chegou a cogitar que tais medidas representariam o fim das negociações, mencionando até chantagem americana. […]

18 jul, 2025
Foto destaque: Putin e Trump (reprodução/ Kremlin Press Office / Handout/Anadolu Agency /Getty Images Embed)
Foto destaque: Putin e Trump (reprodução/ Kremlin Press Office / Handout/Anadolu Agency /Getty Images Embed)
Putin e Trump

Após a determinação de Washington, estabelecendo o prazo de 50 dias para que a Rússia encerre seu conflito com a Ucrânia, além da promessa de envio de novos mísseis para Kiev, na data de ontem (17/7), o governo da Rússia chegou a cogitar que tais medidas representariam o fim das negociações, mencionando até chantagem americana. Hoje, contudo, voltou atrás, e disse que esta postura americana não significa o fim das negociações com o país do Leste Europeu, mas sim um novo ajuste com a Casa Branca, em uma relação já desgastada.

Novo ajuste entre EUA e Rússia

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, foi questionando hoje (18/7) pela agência Reuters sobre as declarações feitas ontem (17/7) pelo Presidente americano, Donald Trump, em relação ao prazo de 50 dias para o cessar-fogo com o inimigo Ucrânia, bem como sobre o envio de novos mísseis à Kiev.

A resposta foi na contramão do que já haviam dito anteriormente: “Presumimos que não é isso que significa (se referindo a um possível fim para as relações entre Rússia e EUA). É claro que são questões diferentes. Uma questão é o acordo (de paz) ucraniano. A outra questão são as nossas relações bilaterais.” Peskov chegou a pontuar como “estado deplorável” a atual condição da relação entre o país americano e o dele, além de considerar a situação demorada e difícil.


Sanções de Trump à Rússia não significam encerramento das negociações entre países

Dmitry Peskov (foto: reprodução/ ALEXANDER ZEMLIANICHENKO/POOL/AFP/Getty Images Embed)


No início deste ano, na Turquia, Rússia e Ucrânia fizeram duas rodadas de negociação que tiveram um resultado positivo, pois houve a troca de prisioneiros e restos mortais entre os países. Mas não passou disso. A terceira rodada parece emperrada, uma vez que Putin impõe condições, que acabam afastando a celebração de um acordo final para o cessar-fogo.

“Chantagens e novas ameaças”

Em uma coletiva de imprensa em Moscou, Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, chegou a manifestar sua indignação à postura, segundo ela “inaceitável” do governo americano, atribuindo palavras como “ultimatos”, “chantagens” e “ameaças”:

“A linguagem de ultimatos, chantagens e ameaças é inaceitável para nós. Tomaremos todas as medidas necessárias para garantir a segurança e proteger os interesses do nosso país”

Desde a Segunda Guerra Mundial, eclodida em setembro de 1939, o conflito entre a Rússia e a Ucrânia lidera o ranking do mais sangrento da Europa, com milhões de pessoas mortas, desde seu início, no mês de fevereiro de 2022.

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