Conforme os dados divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 2,4 milhões de pessoas que receberam o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA), conforme as informações do Censo de 2022. Também foi relatado que esse número equivale a 1,2% da população. As informações foram publicadas com os dados sobre a relação de brasileiros com alguma necessidade especial.
Incidência maior entre homens
Segundo as informações fornecidas, a quantidade de homens que declararam sofrer do transtorno é maior do que a de mulheres. A maioria desses indivíduos possui entre 0 a 44 anos. Enquanto isso, ainda não há explicações conclusivas dentro da medicina sobre o assunto.
Ao verificar a faixa etária dos cidadãos diagnosticados com TEA, nota-se que há uma maior concentração entre pessoas com idades de 5 a 9 anos (2,65%). Em seguida, aparecem as faixas etárias de 0 a 4 anos (2,1%), 10 a 14 anos (1,9%) e, por último, de 15 a 19 anos (1,3%).Esses registros refletem os dados de 1,1 milhão de pessoas.
— IBGE divulga números do Censo 2022 (Foto: reprodução/X@ibgecomunica)
Para os especialistas da agência de estatística do Brasil, esses percentuais estão atrelados ao diagnóstico mais acelerado, motivado pelo aumento da busca por informações por parte dos responsáveis de crianças e adolescentes.
Estados e raças de pessoas com TEA
Além disso, foram registrados os percentuais de pessoas brancas, negras, pardas, autodeclaradas amarelas e indígenas que possuem o transtorno, bem como as regiões do país com maior índice de pessoas com TEA. Com base nos relatos do Censo, pessoas brancas lideram o percentual de indivíduos com o espectro autista.
Os dados informaram que brancos são 1,3%; autodeclarados amarelos, 1,2%; pretos, 1,1%; pardos, 1,1%; e indígenas, 0,9%.
Em termos regionais, o Sudeste do país lidera o ranking de pessoas com neurodiversidade autista, sendo o estado de São Paulo destaque, com mais de 500 mil pessoas diagnosticadas com o transtorno.
O IBGE de 2022 apontou que o índice de escolarização de cidadãos com autismo foi maior quando comparado à taxa da população geral. A alfabetização de indivíduos com a neurodivergência foi de 36,9%, enquanto, na sociedade geral, os números foram de 24,3%.
— Evento de divulgação do Censo 2022 realizado na OAB de Natal/RN nesta sexta-feira (23) (Foto: reprodução/X@ibgecomunica)
Vale lembrar que o Censo leva em consideração os alunos com TEA matriculados em instituições de ensino. No entanto, a qualidade do ensino oferecida a esse grupo de pessoas não é avaliada pelo instituto.
Norte e nordeste lideram o ranking de regiões com pessoas com deficiência
Ainda com os relatos publicados pelo órgão oficial de estatísticas do Brasil, mais de 15% de pessoas nas regiões Norte e nordeste possuem uma deficiência. E, de acordo o Censo, pessoas com deficiência são, em sua maioria, pessoas adultas com idades entre 50 e 69 anos.
As limitações coletadas pelo IBGE foram:
- Dificuldade para enxergar (4%);
- Dificuldade para se locomover (2,6%);
- Complicações para pegar pequenos objetos (1,4%);
- Problemas na fala;
- Impedimentos para poder trabalhar ou estudar devido às dificuldades constantes para ouvir (1,3%);
- Limitações relacionadas às funções mentais (1,4%);
- Dificuldade constante para ouvir (1,3%).
O IBGE também avaliou a taxa de escolaridade desse grupo de pessoas e verificou que, entre os indivíduos com 15 anos ou mais que possuem deficiência, 2,9 milhões são analfabetos. Isso equivale a 2,3%, um baixo índice de escolaridade.
A taxa de pessoas com baixa escolaridade é superior à de pessoas que não possuem limitações. Só no Brasil, 63,1% das pessoas com 25 anos ou mais que têm alguma deficiência, não concluíram o ensino fundamental. Esse percentual também é superior ao do grupo de pessoas sem deficiência.