Espiões russos forjaram e-mails usados por Trump contra Hillary, segundo EUA
A divulgação de um anexo recentemente desclassificado lançou nova luz sobre antigos relatórios de inteligência russa de 2016, que analisavam supostos e-mails hackeados de cidadãos americanos. O material revela os esforços do procurador especial John Durham para comprovar a autenticidade de alguns desses e-mails — tentativa que acabou fracassando, já que os documentos foram considerados […]
A divulgação de um anexo recentemente desclassificado lançou nova luz sobre antigos relatórios de inteligência russa de 2016, que analisavam supostos e-mails hackeados de cidadãos americanos. O material revela os esforços do procurador especial John Durham para comprovar a autenticidade de alguns desses e-mails — tentativa que acabou fracassando, já que os documentos foram considerados provavelmente forjados.
A publicação faz parte de uma série de revelações recentes ligadas à investigação sobre a interferência russa nas eleições dos EUA, em meio à pressão pública para que o governo Biden divulgue arquivos sobre Jeffrey Epstein. Apesar da nova informação apontar para manipulação russa, aliados de Donald Trump distorceram o conteúdo, acusando falsamente Barack Obama e Hillary Clinton de traição.
Falsas acusações foram refutadas através do anexo
John Ratcliffe, ex-diretor de Inteligência Nacional sob Trump, alegou que os documentos mostravam um plano coordenado da campanha de Clinton para difamar Donald Trump com falsas acusações de conluio com a Rússia — algo que o próprio Durham acabou refutando no anexo agora revelado.
Hillary Clinton (Foto: reprodução/AFP Brendan Smialowski/Getty Images Embed)
Negação e e-mails contendo informações duvidosas
O anexo demonstra que os principais e-mails usados como suposta prova — datados de 25 e 27 de julho de 2016 — são altamente duvidosos. Leonard Benardo, da Open Society Foundations (organização ligada a George Soros), negou ter escrito os e-mails. Ele disse nunca ter usado a linguagem contida nas mensagens e sequer conhecer a pessoa citada como “Julie” ou “Julia”.
Além disso, a equipe de Durham descobriu que os e-mails suspeitos pareciam ser composições feitas a partir de trechos reais extraídos de mensagens hackeadas de think tanks progressistas americanos, como a Open Society Foundations, a Carnegie Endowment e o Atlantic Council — todos alvos de espionagem russa.
Durham admitiu que, embora os agentes do FBI devessem ter sido mais cautelosos ao lidar com o dossiê Steele (financiado por democratas), a alegação central da chamada “inteligência do Plano Clinton” provavelmente tinha origem em desinformação russa.
Mesmo assim, o procurador usou seu relatório final e petições judiciais para insinuar que a campanha de Clinton teria fabricado a narrativa de conluio, embora não tenha conseguido apresentar provas disso. Duas pessoas foram acusadas por declarações falsas ligadas à investigação — ambas foram rapidamente absolvidas.
