Talibã retoma apedrejamento de mulheres após retorno ao poder no Afeganistão

Rhayra Hallen Por Rhayra Hallen
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Foto Destaque: Protesto de mulheres afegãs a favor do direito à educação em 2023 (Foto/Reprodução/ATEF ARYAN/AFP via Getty Images)

O Talibã anunciou recentemente a retomada de punições públicas de mulheres, como apedrejamento e açoite até a morte. 

Em entrevista à BBC de Londres, Safia Arefi, diretora da organização afegã Women’s Window of Hope, falou sobre a solidão da mulher no país, que não têm apoio nenhum para se proteger das acusações e punições cruéis do governo, enquanto a comunidade internacional permanece em silêncio das violações dos direitos humanos. Ela também afirmou que o anúncio do retorno das penas condena as mulheres afegãs a reviver os dias sombrios do regime talibã nos anos 1990.


Hibatullah Akhundzada (Foto: reprodução/MOHD RASFAN/AFP via Getty Images embed)


O líder Supremo do Talibã, Hibatullah Akhundzada, se pronunciou ao anunciar a medida, que pode ser vista como uma interpretação da Lei Sharia (conhecida por punições extremamente severas)

 “Vocês podem chamar de violação dos direitos das mulheres o fato de apedrejá-las ou açoitá-las publicamente por cometerem adultério, porque isso entra em conflito com seus princípios democráticos, [Mas] eu represento Alá, e vocês representam Satanás.” Declarou Hibatullah Akhundzada.

Só no ano passado, segundo uma pesquisa do grupo Afghan Witness, 417 açoites e execuções públicas, sendo 57 delas de mulheres, foram realizadas com liberação dos juízes nomeados pelo Talibã, com a justificativa de “combater influências ocidentais”.

A Organização das Nações Unidas (ONU) condena esse tipo de punição.

Direitos femininos

Desde o retorno do grupo ao poder do Afeganistão, os direitos das mulheres vivem em regressão comparado a tudo que foi conquistado nos 20 anos anteriores, onde tropas dos Estados Unidos protegiam o território. Elas já não podem viajar desacompanhadas de um homem ou andar sozinhas. E ao sair, devem estar devidamente vestidas com uma burca, onde apenas os olhos são levemente visíveis, cobertos por uma rede para enxergar, enquanto todas as outras partes do corpo são envolvidas com tecido que não marca nenhuma forma.

Trabalhar e estudar também é impensável para pessoas do sexo feminino, até salões de beleza, espaço de liberdade e socialização foram fechados. Hoje, o índice de suicídio delas é altíssimo, por não visualizarem um caminho para a liberdade. Com dados segregados pelo governo que proíbe pessoas da saúde de divulgar estatísticas recentes, o que se sabe foi vazado pelos próprios profissionais de forma clandestina.

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Rhayra Hallen é estudante do último período de Jornalismo, apaixonada pelo universo da comunicação e atua atualmente como redatora, assistente de comunicação e social mídia
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