Como parte de um novo pacote de tarifas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (2) que os produtos importados do Brasil serão taxados em 10%. A medida afetará diversos países e setores, estabelecendo uma alíquota mínima de 10% para os importados.
Trump citou o Brasil como um dos países que sofrerão as taxações, junto com a União Europeia, China, Japão e outras nações do continente asiático. No entanto, Canadá e México, que eram cogitados para entrar na lista, não foram mencionados.
Medida atinge exportações brasileiras
Com superávit comercial de US$ 7 bilhões em bens com o Brasil no ano passado, o governo brasileiro argumentou que, somando os serviços, o saldo positivo americano sobe para US$ 28 bilhões, tornando o Brasil o terceiro maior parceiro comercial com superávit para os EUA.
Ainda não se sabe quais produtos serão atingidos pelas taxas anunciadas nesta quarta-feira (2), mas, segundo o governo brasileiro, os produtos mais exportados para os Estados Unidos em 2024 incluem:
- Óleos brutos de petróleo;
- Produtos semimanufaturados de ferro ou aço;
- Café não torrado;
- Pastas químicas de madeira;
- Ferro fundido bruto;
- Aeronaves acima de 15.000 kg;
- Outras gasolinas;
- Aeronaves entre 7.000 kg e 15.000 kg;
- Carnes bovinas congeladas;
- Produtos semimanufaturados de ligas de aço.
Implementação das tarifas e possíveis retaliações
As novas tarifas entrarão em vigor a partir de sábado (5). Já as conhecidas “tarifas recíprocas” começarão a valer na próxima quarta-feira (9). Ainda não se sabe se o aço brasileiro, que já foi taxado em 25%, sofrerá impacto adicional.
Projeto de Lei da reciprocidade (Reprodução/YouTube/TV Senado)
Com rápida resposta às novas tarifas impostas pelos EUA, o Senado e a Câmara brasileira aprovaram o Projeto de Lei da Reciprocidade, que autoriza o governo a responder a tarifas contra produtos brasileiros em caso de:
- Descumprimento de acordos comerciais;
- Aplicação de sobretaxas contra o Brasil;
- Exigência de requisitos ambientais mais rígidos para exportação de produtos brasileiros.
A decisão de Trump foi apelidada pelo republicano de “Dia da Libertação”, alegando que as tarifas vão reduzir a entrada de produtos estrangeiros no mercado americano. A medida, no entanto, amplia tensões comerciais e pode gerar retaliações de países afetados, incluindo o Brasil.