Tensões na península coreana aumentam com novos lançamentos de mísseis e destruição de monumento

Eduardo Luzan Por Eduardo Luzan
3 min de leitura
Foto Destaque: Kim Jong-un em Dezembro de 2024 (Reprodução/AFP)

A Coreia do Norte intensificou as tensões na Península Coreana ao disparar vários mísseis de cruzeiro em direção ao Mar Amarelo nesta quarta-feira (24), conforme anunciado pelo exército sul-coreano. Os mísseis, lançados por volta das 7h (horário local), caíram na costa oeste da Península da Coreia, provocando uma análise conjunta por parte dos setores de inteligência da Coreia do Sul e dos Estados Unidos.

Este recente episódio marca o primeiro lançamento de mísseis de cruzeiro desde setembro de 2023 e representa o segundo movimento militar significativo da Coreia do Norte nas últimas semanas. Em 18 de janeiro, o país afirmou ter testado com sucesso um sistema de armas nucleares submarinas denominado “Haeil-5-23”, em resposta a exercícios militares conjuntos realizados pela Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão.

Até o momento, não houve manifestação oficial por parte da Coreia do Norte sobre os disparos ocorridos nesta terça-feira (23).


Arco da Reunificação foi demolido na Coreia do Norte (Foto: Divulgação/Bjørn Christian Tørrissen)

Contexto das tensões

A península da Coreia tem enfrentado uma escalada de tensões nos últimos meses, com as relações entre Coreia do Sul e Coreia do Norte atingindo níveis preocupantes. Os exercícios militares na região tornaram-se mais frequentes, com a Coreia do Sul colaborando estreitamente com os Estados Unidos e o Japão.

No final de 2023, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, ordenou que o exército se preparasse para um possível conflito, destacando a urgência em acelerar os preparativos para a guerra. A irmã de Kim, Kim Yo-jong, também emitiu declarações incisivas, alertando que qualquer provocação resultaria em uma resposta com “batismo de fogo”.

Além dos lançamentos de mísseis, a Coreia do Norte parece ter tomado medidas simbólicas significativas, como a demolição de um grande monumento em Pyongyang que representava a esperança de unificação com a Coreia do Sul. As ações de Kim Jong-un indicam uma mudança radical na política, abandonando a ideia de reunificação pacífica e aumentando as tensões geopolíticas.

Especialistas divergem sobre as intenções de Kim Jong-un

As recentes ações do líder norte-coreano têm gerado preocupações e especulações sobre suas verdadeiras intenções. Enquanto alguns analistas afirmam que Kim está seguindo uma cartilha conhecida de retórica agressiva, outros sugerem que ele pode estar se preparando para uma guerra iminente.

Especialistas destacam que a Coreia do Norte não é estranha a ameaças e declarações belicosas, mas as medidas tomadas por Kim nos últimos dias, incluindo a demolição do monumento de unificação, indicam uma mudança significativa na postura do regime.

A incerteza sobre as verdadeiras intenções de Kim Jong-un persiste, deixando a comunidade internacional em alerta máximo diante da imprevisibilidade do líder norte-coreano e da possibilidade de um agravamento das tensões na região.

Colunista do In Magazine
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