Um terremoto de magnitude 5,6 na escala Richter abalou nesta terça-feira (25) a região de Tarapacá, no Chile, segundo informações do Centro Sismológico Euro-Mediterrânico (EMSC). O epicentro aconteceu a 131 quilômetros de profundidade, o que suavizou o tremor. Até o momento, não há nenhum registro de mortos ou feridos.
Segundo o site chileno de notícias T13, um abalo sísmico de magnitude 5,5 aconteceu a 22 quilômetros ao norte de Pica, na mesma região. Em minutos antes, outro tremor foi registrado em Calama.
O site destaca que o Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred) analisou os índices que mostravam as mesmas características necessárias para causar um tsunami na costa do Chile. Entretanto, descartou o perigo de tsunami para toda a região.
Segundo a Volcano Discovery, a princípio, um terremoto de 5,9 aconteceu às 19h55 na hora local, a 73 quilômetros de Pozo Almonte, no Chile, de acordo com o EMSC. O tremor atingiu a profundidade de 90 km abaixo do epicentro próximo a Pozo Almonte, Província del Tamarugal, em Tarapacá, no início da noite desta terça-feira (25).
A magnitude exata, epicentro e profundidade do tremor são sempre revisados por sismólogos, refinando dados e cálculos, à medida que outras agências também publicam seus relatórios. Baseados em dados sísmicos preliminares, o tremor foi provavelmente sentido na área do epicentro, sem expectativa de maiores danos.
Em Mamiña, localizada a 25 km do epicentro, Pica, a 36 km, Pozo Almonte, a 73 km de distância, e Huara, a 77 km, o terremoto deve ter sido sentido como um leve tremor.
Em atualizações posteriores, a Volcano Discovery afirmou que o terremoto teve magnitude 5,4 e aconteceu a 101 km de Alto Hospicio, Iquique, Tarapacá, no Chile, às 19h55 (horário de Santiago). O tremor alcançou a profundidade de 99 km e foi amplamente sentido em toda a região.
Abalos sísmicos e terremotos
De acordo com o Centro Sismológico Nacional (CSN), diferente de um sismo, um tremor ou terremoto é um processo de geração de ondas elásticas e sua propagação no interior da terra. Ao chegar na superfície do planeta, as ondas provocam movimento e vibração do solo.
O termo “terremoto” é utilizado para se referir a um sismo que causa danos estruturais. É fácil se confundir, já que os dois conceitos estão relacionados, porém magnitude e intensidade não são termos equivalentes.
A magnitude é a medida do tamanho de um tremor que tem relação com a quantidade de energia liberada em forma de ondas elásticas, sendo um valor único para cada evento sísmico. Por outro lado, a intensidade mede os efeitos de um determinado evento em pessoas, animais, estruturas e terrenos.
No mesmo dia, o site de monitoramento Earthquake List registrou 11 tremores entre 2,7 e 5,4 de magnitude na região.
Tremores de magnitude até 5,4 na escala Richter causam danos menores, como o risco de danos estruturais em prédios e outras construções.
Frequência de terremotos na região
O Chile é um país que sofre constantes ocorrências de terremotos. Em 1960, o país registrou o maior terremoto, na cidade de Valdívia, um tremor de magnitude 9,5 na Escala Richter, cujo valor máximo é 10. Em abril de 2014, um novo terremoto atingiu a cidade de Iquique, ao norte do território chileno.
De acordo com o site Earthquake List, um total de 10.226 terremotos com magnitude de 4 pontos na escala Richter, ou acima, atingiram cerca de 300 km do território chileno nos últimos 10 anos. Estes números levam a uma média de 1.022 terremotos por ano, ou 85 por mês. Aproximadamente, um terremoto atingirá regiões próximas ao Chile a cada oito horas.
Um número relativamente alto de terremotos ocorreram no Chile em 2015. Um total de 1.851 terremotos com magnitude acima de 4 foram detectados dentro de um raio de 300 km próximo ao Chile naquele ano. O mais forte atingiu 8,3.
Segundo o site Brasil Escola, o Chile situa-se em uma zona de encontro entre duas placas tectônicas, a de Nazca e a Sul-Americana. As placas estão em movimentos opostos e se chocam e, por essa razão, provocam os terremotos, ondas de vulcanismos e a formação de toda a cadeia montanhosa na costa oeste da América do Sul.
Os pontos de encontro entre as duas placas liberam energia e elas se reacomodam e propiciam a ocorrência de abalos sísmicos. A Placa Sul-Americana, que é mais leve, desliza sobre a Nazca, que é mais pesada. Por causa da resistência das rochas, o movimento trava e a energia produzida se acumula nessa zona de travamento até o ponto das rochas não conseguirem mais contê-la, quando então a energia é liberada na forma de terremotos.
Quanto maior a força de movimentação das placas e quanto maior o tempo de tensão, maior a quantidade de energia acumulada e, por isso, mais intensos os terremotos.