Terremoto em Taiwan: sistemas antiterremoto contêm destruição na ilha

Sofia Souza Por Sofia Souza
3 min de leitura
Foto destaque: construção desaba em Taiwan após maior terremoto registrado em 25 anos (reprodução/Taiwan National Fire Agency)

Nesta quarta-feira (03), em horário local, o arquipélago de Taiwan sofreu um terremoto de aproximadamente 7.2 graus de magnitude que perdurou por mais de um minuto. O fenômeno, que já é considerado o maior em 25 anos, causou a morte de nove pessoas e deixou cerca de mil feridos. 

No entanto, apesar da tragédia, os números só não foram maiores devido a tecnologia dos taiwaneses de prevenção de desastres. Isso porque, os sistemas antiterremoto são obrigatórios na ilha,  todos os edifícios construídos devem possuir a tecnologia que contêm desabamentos. 

Os sistemas antiterromoto impediram uma tragédia ainda maior  

Em 1999, Taiwan sofreu tremores de magnitudes similares a que ocorreu nesta quarta-feira (03), no entanto, em comparação, mais de 2 mil pessoas morreram devido às consequências do terremoto na época.  Em entrevista ao Jornal Nacional, o professor Pedro Silva explicou que os taiwaneses iniciaram uma revolução após a tragédia e, a implementação de sistemas antiterremoto impediu que vários edifícios desabassem, diferentemente do que aconteceu há 25 anos. 

Em reportagem exibida pelo Globo Repórter em 2023, é possível compreender a tecnologia que evita o desabamento das construções. O programa conseguiu filmagens inéditas de um edifício de 500 metros de altura que, em seu interior, possui um sistema que é usado para absorver o impacto e impedir que a construção desabe em um eventual terremoto. Esse sistema é formado por uma esfera de cinco metros de diâmetro que pesa aproximadamente 728 toneladas. 


Tecnologia antiterremoto utilizada para evitar o desabamento de edifícios em Taiwan. (Foto: Reprodução/TV Globo)

No entanto, apesar da tecnologia obrigatória na ilha, alguns prédios vieram abaixo no terremoto desta quarta-feira (03). As equipes de resgate seguem as buscas por desaparecidos. 

Depoimentos de brasileiros moradores da ilha 

“Começaram a cair as coisas aqui em casa, os vidros começaram a quebrar. Eu saí tão desesperada que nem peguei chinelo. Descalça, quase rolando as escadas, porque mexia muito, para lá e para cá, nos degraus”, declarou a brasileira Helena Wang, moradora do condado de Hualien, cidade mais atingida pelos terremotos registrados em Taiwan nesta quarta-feira (03). 

“Eu corri desesperadamente, porque nunca vi tão forte”, relatou Wang. Moradora da ilha há três anos, ela havia acabado de deixar a filha de 11 anos na escola e de chegar em casa, localizada no centro da cidade. Ao jornal Folha de S.Paulo, Helena relatou que nunca tinha passado por algo assim desde que se mudou para Taiwan. 

Miguel Magalhães, representante do Brasil na ilha asiática, também declarou que nunca havia visto algo parecido. “Nos meus 40 anos de diplomacia, nunca vi um terremoto assim. A gente mora no 14º andar, balança muito mais”, relatou. Além disso, Magalhães também confessou ter se sentido apavorado durante o tempo em que os abalos perduraram.

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