Tragédia no RS: 360 Mil estudantes Gaúchos são afetados pelas chuvas

Ana Livia Menezes Por Ana Livia Menezes
3 min de leitura
Foto destaque: Estudantes são afetados pelas enchentes o RS (Reprodução/Carlos Fabal/Getty Images Embed)

As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos dias causaram um impacto significativo na educação do estado. Estima-se que quase 360 mil alunos foram afetados de alguma forma pelas inundações, com 216 mil estudantes sem previsão de retorno às aulas.

Metade das escolas da capital gaúcha teve algum tipo de prejuízo com as cheias, e 28 escolas municipais permanecem submersas. No interior do estado, imagens como a da escola de educação básica e ensino fundamental, em Presidente João Goulart, ilustram a gravidade da situação. A equipe do Jornal Nacional precisou percorrer 1,5 km de barco para chegar até a instituição, onde a água alcança o segundo andar.

Como vai funcionar o retorno das aulas?

Diante do cenário caótico, as autoridades buscam soluções para retomar as atividades letivas o mais rápido possível. O secretário municipal de Educação de Porto Alegre, José Paulo da Rosa, anunciou que o objetivo é reabrir as escolas na próxima semana, onde for possível. Em casos de escolas onde os danos são mais extensos, a realocação dos alunos para outras unidades será necessária.

“A gente já sofreu muito na pandemia por demorar em retomar as aulas. Então, pretendemos retornar na próxima semana naquelas escolas que tiverem condições’’ afirma o secretário da educação.


Moradores em um abrigo temporário após enchentes em Canoas, Rio Grande do Sul, 5 de maio de 2024 (Foto: Reprodução/ Carlos Macedo /Getty Images Embed)

A secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, reconhece os desafios e ressalta a necessidade de adaptar o calendário escolar às diferentes realidades das regiões afetadas. “Na pandemia, alunos e professores não vinham para a escola, mas eu sabia onde eles estavam: em casa. Agora, não sei onde estão. Naquela época, muitos não tinham celular e computador. Hoje, não têm casa”, lamenta a secretária.

Adaptação para as crianças

Para além da segurança física, é fundamental oferecer suporte emocional e oportunidades de aprendizado aos pequenos, que estão lidando com uma situação traumática. Nesse sentido, alguns abrigos estão se adaptando para criar ambientes lúdicos e pedagógicos, buscando amenizar o impacto da tragédia e proporcionar uma rotina mais próxima da que as crianças tinham antes do desastre.


Moradores descansam em um ginásio transformado em abrigo para pessoas cujas casas foram inundadas por fortes chuvas em Canoas (Foto: Reprodução/Mateus Bonomi/ Getty Images Embed)


“Sabemos que as crianças elaboram esses sentimentos e essa situação brincando e relatando aquilo que eles estão sentindo”, afirma Luiza Becker Emmel, coordenadora pedagógica do Marista Rosário.

A manutenção de uma rotina de aprendizado, mesmo que adaptada, contribui para minimizar o sentimento de perda e incerteza e oferece um senso de normalidade em meio ao caos.

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