O recém-eleito presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (12), que o bilionário da Tesla, Elon Musk, fará parte do Departamento de Eficiência Governamental durante seu mandato. Musk irá chefiar o departamento ao lado do empresário Vivek Ramaswamy, que foi candidato nas primárias republicanas para poder concorrer à presidência.
Trump cumpre promessa
O republicano prometeu a Elon Musk, um de seus maiores apoiadores durante a campanha, que o colocaria nessa comissão de eficiência governamental se assumisse o cargo. O comunicado desta semana tornou a promessa em algo oficial. A missão de Musk, nas palavras de Trump, será de “desmantelar a burocracia governamental, cortar regulamentações excessivas, cortar gastos desnecessários e reestruturar as agências federais”.
Trump disse ainda que o departamento irá fornecer conselhos e orientações externas do governo, auxiliando a Casa Branca e o Escritório de Administração e Orçamento a impulsionar reformas em larga escala. Musk foi à rede social X para se pronunciar sobre seu novo cargo, prometendo transparência completa e que ouvirá o que os cidadãos querem.
Elon Musk disse que este é apenas o início de suas ambições no mundo da política (Foto: reprodução/Michael M. Santiago/Getty Images embed)
Em seu post, Musk afirma que sempre que a população achar que algo importante ou desnecessário está sendo cortado, basta comunicá-los que o departamento tomará providências. De acordo com a Associated Press, Musk doou cerca de 200 milhões de dólares à campanha de Trump e as empresas do bilionário, a SpaceX e a Tesla, possuem contratos milionários com o governo americano. Por conta disso, críticos apontam para eventual conflito de interesses, já que Elon Musk tem agora acesso aos gastos federais.
Musk prometeu um corte de US$2 trilhões, o que pode trazer “dificuldades temporárias” à nação. O empresário também deve pressionar o presidente por um relaxamento da regulamentação sobre as criptomoedas e a inteligência artificial, áreas nas quais Musk investiu fortemente.
Em transmissão feita em 5 de novembro, data da eleição americana, Musk comunicou aos seus seguidores que esse era apenas o começo de seus interesses políticos. A ideia de ter o empresário assumindo o “DOGE”, como os apoiadores de Trump chamam o Departamento de Eficiência Governamental, é de realizar cortes cirúrgicos no governo, igual aos que Musk fez ao comprar a rede social Twitter, que foi renomeada de X.
O parceiro de Musk na agência
Elon Musk trabalhará diretamente com Vivek Ramaswamy, que foi chamado de “Novo Trump” durante as primárias republicanas, que decidem quem será o candidato do Partido a concorrer à presidência. Ramaswamy é um bilionário que trabalha no setor de biotecnologia e é filho de imigrantes indianos. O empresário segue pontos da cartilha da extrema direita e diz que todos os imigrantes ilegais devem ser deportados do país.
O bilionário Vivek Ramaswamy compartilha os mesmos ideias de Trump em relação à imigração irregular (Foto: reprodução/ David Dee Delgado/Getty Images embed)
Musk já iniciou os trabalhos ao lado de Howard Lutnick, o copresidente da equipe de transição de Donald Trump. Ele é considerado um dos principais nomes para assumir o cargo de Secretário do Tesouro. Trump diz esperar que a parceria dos bilionários traga um choque de gestão ao governo e a expectativa é que ambos concluam seus trabalhos na agência até 4 de julho de 2026.
Trump se diz ainda ansioso para ver Elon Musk e Vivek Ramaswamy realizando mudanças na burocracia federal, focando na eficiência e na melhoria da vida de cidadãos americanos. O presidente chamou o “DOGE” de o potencial “Projeto Manhattan” dos tempos atuais. Lembrando que esse projeto foi o responsável pelo desenvolvimento da primeira bomba atômica nas mãos de cientistas como Oppenheimer, durante o período da Segunda Guerra Mundial. Apesar do comunicado, ainda não está claro como a agência será financiada nem como funcionará.