Trump assina ordem executiva para fechamento do Departamento de Educação dos EUA

Uma das promessas de campanha do presidente americano apoiada pela ala conservadora do país

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Trump assinará ordem executiva, nesta quinta-feira (20), para fechamento de Departamento de Educação dos EUA
Foto Destaque: Presidente Donald Trump na Casa Branca (Reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)

O presidente Donald Trump, pretende assinar nesta quinta-feira (20), uma ordem executiva para o fechamento do Departamento de Educação dos EUA. De acordo com um funcionário da Casa Branca, o presidente americano daria aval para a secretária de educação Linda McMahon “tomar todas as medidas necessárias para o fechamento”. 

O Departamento de Educação dos EUA tem sido alvo, há tempos, do grupo conservador do país por entenderem que o orgão promove a ideologia de gênero, favorecendo os programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) e com isso, segundo eles, doutrinam crianças e adolescentes moldando suas crenças e valores. 

A medida adotada por Trump nesta data, reforça sua promessa de campanha que foi confirmada em sua posse presidencial. Onde classificou o Departamento de Educação dos EUA como “um desperdício” que está “poluído pela ideologia liberal”. 

O plano do presidente americano para o fechamento do referido departamento começou a ser colocado em prática logo nos primeiros dias após sua posse presidencial. 


Donald Trump em discurso no mês de fevereiro (2025) sobre o Departamento de Educação dos EUA.

Fechamento de departamentos

De acordo com informações obtidas pela agência “Associated Press”, o presidente Donald Trump orienta Linda McMahon, Secretária da Educação, a “devolver a autoridade educativa aos Estados”, que hoje estão no âmbito do governo federal. 

Além disso, a orientação também refere-se ao programa de serviços estudantis, onde o presidente informa que devem “continuar a garantir a prestação eficaz dos serviços, programas e benefícios dos quais os americanos dependem.” 


Linda McMahon, Secretaria de Educação dos EUA (Foto: reprodução/Win McNamee/Getty Images Embed)


O Departamento de Educação dos EUA  foi criado em 1979, pelo então presidente Jimmy Carter e, desde a nomeação de McMahon, vem enfrentando cortes financeiros, além de demissões em massa. O intuito é demitir cerca de 1.300 funcionários, reduzindo pela metade o quadro pessoal da organização. 

Os departamentos mais afetados até o momento foram o Gabinete de Direitos Civis, que entre suas funções, fiscaliza denúncias relacionadas a discriminação e, o Instituto de Ciências da Educação, que financia pesquisas e padroniza o ensino superior. De acordo com dados disponíveis, o departamento supervisiona US$1,6 trilhão em empréstimos federais estudantis

Ações contra ideologia de gênero

Os cortes são uma ação conjunta entre a administração de Trump e do conselheiro sênior da Casa Branca, Elon Musk, que comanda o Departamento de Eficiência Governamental. De acordo com informações, Musk, no mês de fevereiro (2025) demitiu 169 funcionários por entender que estavam ligados à cultura “woke”. Um termo utilizado por conservadores para referir-se a políticas identitárias, principalmente relacionadas ao feminismo e as causas LGBTQIAP+. 


Elon Musk, conselheiro sênior da Casa Branca e o presidente Donald Trump (Foto: reprodução/Brandon Bell/Getty Images Embed)


Aprovação do Congresso

A possível assinatura do presidente Donald Trump, para o fechamento do Departamento de Educação dos EUA, não é garantia de que o departamento de fato fechará. Uma vez que depende do aval do Congresso Americano para que ocorra o fechamento de um departamento desta magnitude.

No entanto, os cortes já realizados, tanto financeiros quanto de funcionários, desfalcam e comprometem a eficácia do funcionamento do departamento, segundo especialistas. 

Membros da sociedade civil, partidos de oposição e organizações não governamentais estão mobilizados contra a proposta de fechamento do presidente americano. Uma proposta que Trump já havia aventado em seu primeiro governo (2017-2021), mas sem sucesso.

Vale ressaltar que, até mesmo dentro de seu partido (Republicano) e entre alguns de seus apoiadores, Donald Trump encontra resistência para levar adiante essa promessa de campanha apoiada pela ala conservadora do país.

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