O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (2) uma tarifa de 10% sobre produtos brasileiros. Este é mais um passo do seu pacote de medidas comerciais que estabelece sobretaxa a todos os países com entrave comercial considerados “desproporcionais” por Trump.
Embora assuste, a tarifa de 10% imposta ao Brasil é a menor entre todas as aplicadas, ao lado de Singapura e Reino Unido. De acordo com uma simulação do Bradesco, essa medida pode gerar um impacto de cerca de US$ 2 bilhões nas exportações brasileiras.
Além disso, a Casa Branca também esclareceu que as tarifas anunciadas por Trump já incluem taxas recíprocas. No entanto, países já taxados anteriormente, como Canadá e China, terão um aumento no percentual de taxas.
As medidas passam a valer a partir de 5 de abril.
Controvérsia nas tarifas recíprocas
O princípio das tarifas recíprocas busca equilibrar os custos de importação entre os países. Dessa forma, se um país cobra uma taxa de 15% sobre um produto dos Estados Unidos, os EUA adotam a mesma taxa de 15% para o produto equivalente vindo do país. No entanto, muitos analistas consideram que esta regra desrespeita acordos multilaterais e compromissos firmados.
Usando esses parâmetros, Trump optou por aplicar uma sobretaxa equivalente à metade do chamado “nível de proteção” calculado. Entretanto, especialistas criticaram a metodologia desmesclar tributos internos com tarifas de importação, o que pode gerar imprecisões. Outro aspecto polêmico é a complexidade de medir barreiras não-tarifárias, como normas ambientais e regras de propriedade intelectual.
Impactos na economia brasileira
Economistas que acompanharam o pacote de tarifas, já adiantaram que a economia brasileira deve sentir um impacto pequeno no curto prazo, já que os setores mais vulneráveis, como aeronaves e petróleo, não estão entre os primeiros alvos. Porém, é importante lembrar que a taxa de 25% imposta ao aço e alumínio permanece. Embora seja alta, está dentro do parâmetro.
Um ponto preocupante para a economia do Brasil é que as tarifas impostas a vários países devem elevar a inflação nos EUA e, com isso, manter por lá, juros mais altos por mais tempo. Nesse sentido, o Real precisaria encarecer o crédito e limitar o espaço para cortes de juros, derrubando o crescimento econômico no Brasil.