Eleito presidente dos Estados Unidos pela segunda vez, nesta quarta-feira (6), com uma vitória expressiva sobre a atual vice-presidente Kamala Harris, candidata do Partido Democrata e apoiada pelo governo de Joe Biden, Donald Trump se prepara para retomar a Casa Branca em janeiro de 2025. No entanto, sua ascensão à presidência ocorre em meio a uma série de processos judiciais, tanto em nível estadual quanto federal, que o colocam sob forte pressão legal.
A contagem dos votos populares ainda está em andamento porém Trump venceu com uma expressiva vantagem sobre Kamala Harris no Colégio Eleitoral. Além disso, ele contará com o significativo respaldo do Partido Republicano, que detém um domínio considerável no Congresso dos Estados Unidos. Essa posição de força tanto no cenário eleitoral quanto no legislativo proporciona a Trump uma plataforma sólida para implementar suas políticas e enfrentar os desafios que surgirão durante seu novo governo, tornando-o ainda mais capacitado para exercer sua liderança de forma eficaz nos próximos anos.
O presidente eleito Donald Trump enfrentará uma verdadeira montanha de processos judiciais que foram instaurados contra ele e que continuarão a seguir o trâmite regular do sistema de Justiça dos Estados Unidos, independentemente do cargo que ele ocupará a partir de janeiro de 2025. Esses litígios, que envolvem tanto questões federais quanto estaduais, não serão suspensos ou interrompidos pela sua eleição, o que significa que, mesmo enquanto se prepara para retornar à Casa Branca, ele terá que lidar com as implicações legais dessas ações, que podem afetar não apenas sua agenda política, mas também sua imagem pública e a dinâmica de seu governo.
Em maio deste ano, Donald Trump foi considerado culpado em um tribunal de Nova York em 34 acusações de suborno, um caso que gerou grande repercussão no cenário político e judicial. O ex-presidente republicano agora aguarda a sentença, que deve ser proferida ainda neste mês, e que pode ter implicações significativas em sua vida política e pessoal. Esse é um episódio sem precedentes na história dos Estados Unidos, já que nunca antes um réu criminal foi eleito para o cargo mais alto do país. Além disso, é importante destacar que, até o ano passado, nenhum ex-presidente dos Estados Unidos havia enfrentado acusações criminais, quebrando uma tradição de imunidade política que perdurou por mais de dois séculos. Esses fatos marcam um momento único e controverso na política americana, onde a figura de Trump se mistura com uma complexa realidade jurídica.
Processos em nome de Trump
Está marcada para o dia 26 de novembro uma audiência no tribunal de Nova York, onde Donald Trump foi condenado por suborno em maio deste ano. Espera-se que o presidente eleito compareça ao tribunal, onde receberá a sentença por sua condenação em 34 acusações de falsificação de registros comerciais, com o objetivo de ocultar um pagamento feito durante sua campanha presidencial de 2016. O pagamento teria sido destinado a “comprar o silêncio” da atriz pornô Stormy Daniels, que alegou ter tido um caso com Trump — uma acusação que ele sempre negou.
Além dessa condenação estadual em Nova York, Trump enfrenta uma série de processos criminais federais em Washington D.C. e na Flórida. Ambos os casos foram movidos pelo procurador especial Jack Smith e envolvem alegações de que Trump tentou anular os resultados da eleição presidencial de 2020 e manipulou ilegalmente documentos confidenciais. Ambos os processos foram instaurados em 2023 e, até agora, a principal estratégia de defesa de Trump tem sido postergar o andamento desses casos, na esperança de que, ao assumir o cargo de presidente, ele possa demitir Smith, o que resultaria no possível arquivamento das ações.
Além desses processos federais, Trump também enfrenta um caso criminal na Geórgia, onde é acusado de tentar reverter o resultado das eleições de 2020 no estado. No entanto, esse processo pode ser afetado por questões burocráticas que, potencialmente, favoreçam o ex-presidente. O andamento do caso depende, em grande parte, de uma decisão sobre a promotora Fani Willis, do condado de Fulton, que está liderando a investigação na Geórgia. Willis, alinhada ao Partido Democrata, enfrenta a possibilidade de ser afastada do caso, devido a um relacionamento amoroso mantido com um colega promotor, o que poderia comprometer sua imparcialidade. O tribunal de apelações ainda está avaliando essa questão, e uma decisão definitiva só deve ocorrer por volta de meados do próximo ano.
Esses processos, que envolvem uma série de acusações graves e que se arrastam desde 2023, têm criado um cenário jurídico complexo para Trump, que, ao mesmo tempo em que se prepara para assumir a presidência novamente, enfrenta sérias batalhas legais que podem impactar tanto sua imagem pública quanto sua governabilidade no futuro.
Ações Civis
Donald Trump também é alvo de uma série de ações civis, que envolvem diversos episódios de sua trajetória, incluindo sua possível participação na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, quando manifestantes aliados ao ex-presidente invadiram e depredaram o Congresso dos Estados Unidos. Essas ações civis visam apurar sua responsabilidade pelos danos causados e pelas consequências daquele ataque.
Além disso, Trump enfrenta processos por difamação e ainda é réu em um caso envolvendo uma alegada fraude civil, movido pelo procurador-geral de Nova York. Em setembro, seus advogados apresentaram defesas em tribunais estaduais e federais de apelação, buscando contestar essas acusações.
O ex-presidente também enfrenta ações civis movidas por congressistas do Partido Democrata, que o acusam de incitação à violência e de responsabilidade pelos ataques ao Capitólio, no episódio que ficou conhecido como a tentativa de golpe de 6 de janeiro. Essas ações reforçam o complexo e multifacetado cenário jurídico que Trump terá de enfrentar, com implicações significativas para sua imagem pública e para sua capacidade de governar.