O presidente da FIFA, o suíço-italiano Gianni Infantino foi reeleito para mais um mandato à frente da instituição. A eleição ocorreu nesta quinta-feira (16) durante o Congresso Anual da Fifa em Kigali, Ruanda. Representantes das 211 associações nacionais conferiram a ele, que era candidato único, a mais quatro anos na presidência.
Infantino ocupa essa posição desde 2016, quando Joseph Blatter renunciou em meio a um grande escândalo de corrupção. Ele foi reeleito em 2019, também sem oposição, e poderá tentar mais uma reeleição em 2027.
O presidente registrou sua satisfação no Instagram. “É minha honra e privilégio ser reeleito como Presidente da FIFA, e eu gostaria de agradecer a todo mundo – minha família, meus amigos, meu time e representantes de todas as nossas associações membras – por confiarem a mim esse cargo. Estou verdadeiramente comovido pelo apoio de vocês e continuarei a servir à FIFA e ajudar a unir o mundo por meio do futebol”, escreveu em um post na rede social.
Houve resistência à permanência de Infantino à frente da federação. A presidenta da Federação Norueguesa, Lise Klaveness, levantou as acusações de descumprimento de direitos humanos na Copa do Mundo do Catar, exigiu um balanço das mortes nas obras e levantou a hipótese de uma indenização. Apesar da iniciativa, os líderes avessos a ele não conseguiram a candidatura de um representante opositor.
Outra polêmica envolvendo a Copa do Mundo foi a proibição de que jogadores usassem uma braçadeira escrita “One Love”, em apoio aos direitos LGBTQIA+ e contestação às políticas discriminatórias do então país-sede. Apesar disso, o último mandato do presidente também foi marcado por avanços sociais, com a instituição da licença-maternidade para jogadoras profissionais e aumento da proteção para vítimas de violência sexual.
Após o resultado da reeleição, Infantino discursou. “A todos vocês que me amam... E a todos vocês que me odeiam, eu sei que há alguns, eu amo vocês. Ser presidente da Fifa é uma tarefa incrível. Eu vou continuar servindo à Fifa, servindo ao futebol, a todos os 211 países membros da Fifa.”
Ele falou da necessidade de diversificar as competições de futebol, e mencionou o sucesso da Copa Árabe, de 2021. “Queremos ter mais competições regionais, entre clubes e entre seleções. Quando eu escuto que existe muito futebol, é provavelmente verdade, mas não em todos os lugares. Certamente não nos lugares onde é preciso”.
Infantino comemorou a ampliação do número de países participantes na Copa do Mundo masculina de 2026 – de 32 para 48. “Vai ser a Copa do Mundo mais inclusiva de todos os tempos.” Em julho deste ano, a Copa do Mundo feminina também estreará com um novo número de participantes – serão 32 seleções, oito a mais do que em 2019.
Outra alteração envolvendo as Copas do Mundo ocorreu no processo de escolha dos países-sede. O Congresso, que reúne anualmente todas as associações nacionais será encarregado da votação, substituindo o Conselho, que é composto por 36 representantes escolhidos pelas confederações continentais.
A reeleição de Infantino se deu face a um desempenho financeiro recorde. Desde o início do último mandato, há quatro anos, a arrecadação da FIFA foi de US$7,5 bilhões, cerca de R$ 40 bilhões. A perspectiva para o próximo ciclo, até a Copa do Mundo de 2026, é ainda maior: a federação espera arrecadas US$ 11 bilhões, cerca de R$ 60 bilhões. Infantino elevou ainda mais a expectativa: “E isso porque não estamos contando com o novo Mundial de Clubes [em 2025], o que deve acrescentar uns US$ 2 bilhões nessa conta.”
O futebol de clube é um dos objetivos de fomento do presidente. O novo Mundial de Clubes deveria ter se realizado em junho de 2021, na China, mas as competições continentais de 2020 tiveram seus calendários atrasados em função da Covid-19 e ocuparam essa data. O Mundial de Clubes ocorrerá em 2025 com 32 times, incluindo Palmeiras e Flamengo, que já estão classificados. Há ainda o projeto de uma competição anual mais enxuta, em que o campeão da Champions League compita com um time vencedor entre os demais continentes.
Foto Destaque: Gianni Infantino durante o 73º Congresso da FIFA em Ruanda. Reprodução: Instagram/@gianni_infantino