O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado politicamente, nesta sexta-feira (30) após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgar os crimes de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação como fatores da inelegibilidade do ex-presidente. Ação foi protocolada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) em 2022. Agora, com a decisão, por meio de 5 votos contra 2 em desfavor de Bolsonaro, o ex-presidente pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em Belo Horizonte, onde deverá acompanhar o velório e enterro do ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, Bolsonaro disse que "não está morto politicamente". De acordo com ele, o crime cometido por ele se trata de um "crime sem corrupção", disse em entrevista coletiva.
Bolsonaro em entrevista coletiva em BH após condenação por inelegibilidade no TSE (Foto: Reprodução/G1)
"Tentaram me matar aqui em Juiz de Fora há pouco tempo, levei uma facada na barriga", disse, relembrando o episódio ocorrido nas eleições presidenciais de 2018, onde na ocasião, Bolsonaro foi esfaqueado por uma pessoa que estava entre a multidão que o cercava. Na entrevista, comparou a facada de 2018 com o episódio da condenação por crime político. "Hoje levei uma facada nas costas com a inelegibilidade por abuso de poder político", afirmou o ex-presidente.
Bolsonaro fez críticas ao Tribunal Superior Eleitoral, dizendo que foi proibido de realizar "lives" na sua residência, que no caso se deu no Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente da República. Citou o atual presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). Disse que o tribunal proibiu "mostrar imagens" do presidente Lula fazendo defesa ao aborto, assim como citou episódios de derrotas de sua campanha no TSE durante as eleições.
Ele entende que foi julgado não pelo episódio da reunião com embaixadores, mas por aquele que diz ser "conjunto da obra". E ainda voltou a defender o "voto impresso", que foi uma das motivações da condenação que o tornou inelegível. No entanto, o ex-presidente afirma "querer acrescentar camadas de segurança" ao processo eleitoral, pois segundo ele, não é crime. Com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Bolsonaro fica inelegível por oito anos, só podendo concorrer aos pleitos eleitorais em 2030.
Foto Destaque: Ex-presidente Jair Bolsonaro. Reprodução/@jairbolsonaro/Instagram.