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Belarus recebe armas nucleares da Rússia, país ameaça entrar na guerra da Ucrânia

14 Jun 2023 - 19h45 | Atulizado em 14 Jun 2023 - 19h45
Belarus recebe armas nucleares da Rússia, país ameaça entrar na guerra da Ucrânia

Alexander Lukashenko, presidente de Belarus, afirmou durante uma entrevista na emissora de TV estatal russa nesta última terça-feira (13/06) que seu país começou a receber a aguardada leva armas nucleares táticas da Rússia.

O anúncio de tais armas já havia sido feito em Março, quando Moscou anunciou que posicionaria armas nucleares "táticas" no território de Belarus, o que levou a críticas da comunidade internacional, temendo uma agravante escalada no conflito na Ucrânia.

O presidente Lukashenko já havia anunciado no mês anterior, no dia 25/05, que a Rússia já havia iniciado a transferência de armas nucleares para Belarus, fechando um acordo tácito entre os dois países aliados. Uma decisão que levou a oposição bielorrussa declarar que isso significava uma ameaça "para a Ucrânia e para toda a Europa".

Em meio a ainda presente tensão sobre a vinda dessas armas para Belarus, Lukashenko também disse na entrevista que, se o seu país for agredido, Belarus entrará na guerra da Ucrânia. Afirmando ainda que o país também pode vir a hospedar também mísseis de longo alcance, se necessário.


Projéteis militares na Ucrânia (Foto: Reprodução / Carta Capital)


Ainda durante a entrevista, o presidente disse que alguns dos armamentos recebidos tem capacidade três vezes mais poderosas do que as bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagasaki, em 1945.

"Temos mísseis e bombas que recebemos da Rússia", disse Lukashenko.

O temor se dá pois, além de fazer fronteira com a Ucrânia, Belarus tem outros países vizinhos que são membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan): Letônia, Lituânia e Polônia. É a primeira vez que a Rússia tem armas nucleares sendo instaladas fora de seu país desde a década de 1990.

Ainda em março, Vladimir Putin, presidente russo, acusou os Estados Unidos de hipocrisia quanto à crítica de suas decisões, sobre posicionarem suas armas nucleares táticas em países aliados "há muito tempo". Mas apesar das críticas feitas a Putin, o governo norte-americano não pretende mudar o seu posicionamento quanto a armas nucleares estratégicas.

Os Estados Unidos ainda salientou perante a situação que não vê sinais da Rússia vindo a usar uma arma nuclear no conflito da Ucrânia.

Foto Destaque: O presidente russo Vladimir Putin e o bielorrusso Alexander Lukashenko. (Reprodução/Exame)

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