“Kitsch”, palavra oriunda da Alemanha, é usada frequentemente para descrever uma estética inspirada na união de diferentes componentes, causando o sentimento de “isso é exagerado!” e contrariando a regra onde o clássico é o padrão.
A estética Kitsch é constantemente observada nas artes e agora a tendência chegou ao mundo fashion. Causando opiniões contrárias, Kitsch, para alguns, é uma maneira inovadora de comunicação, já para outros, mau gosto na sua pior forma. Com o "quiet luxury" ainda ditando as cartas da moda atualmente, tudo indica que a estética kitsch está longe de ir embora. O modelo e empresário Gustavo Fellipe, em entrevista para a L’Officiel, acompanha esse dualismo em sua rotina no mundo da moda e compartilha com a revista.
“Vejo o kitsch como uma forma de se expressar, sim, porque às vezes usamos nossas roupas para mostrar um pouco nosso estado em determinado momento, mas entendo quem não goste tanto porque, de fato, às vezes pode parecer muita informação. Mas não é assim que nos sentimos às vezes? O kitsch está muito ligado ao sentimentalismo e eu acredito que o exagero também tem sua beleza”, conta.
La Vacanza (Reprodução/Instagram)
"Acredito que isso seja um reflexo da sociedade consumista que estamos vivendo. Hoje em dia, tudo acontece ao mesmo tempo e, para mim, é impossível que isso não se reflita em diferentes âmbitos”, continua o modelo, que já passou por Nova York, Los Angeles, Roma, Veneza etc.
“É um estilo diferente e excêntrico, mas não vejo vulgaridade ou inferioridade nele. Pelo contrário, é bastante criativo e grandes nomes da moda já fizeram algum trabalho envolvendo o kitsch, como o designer John Galliano e a marca Gucci. Para quem gosta de ser ousado e não é tão adepto assim do quiet luxury, esse estilo é perfeito”, finaliza.
Assim, o "quiet luxury" não parece estar em um futuro a longo prazo com uma geração com cada vez mais necessidade de mostrar quem é.
Foto de capa: Dua Lipa para Versace. Reprodução/Instagram