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Dólar recua mais de 1% com inflação em queda

12 Abr 2023 - 13h15 | Atulizado em 12 Abr 2023 - 13h15
Dólar recua mais de 1% com inflação em queda

Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o IPCA, o índice oficial de inflação, indicando que a inflação no Brasil subiu 0,71% no mês de março, após ter avançado 0,84% em fevereiro. Esses dados surpreenderam o mercado, levando o indicador a acumular nos últimos 12 meses até março uma taxa de 4,65%, contra os 5,60% registrados anteriormente. Esse índice inflacionário não ficava abaixo de 5%. desde janeiro de 2021.

Os números do IPCA tiveram um forte impacto no mercado financeiro, com o dólar à vista registrando variações ao longo do dia. Pela manhã, às 11h19 (horário de Brasília), o dólar chegou a marcar a mínima de 4,9894 reais, uma queda de 1,51%, em reação positiva aos dados de inflação no Brasil. Durante a tarde, a moeda americana se recuperou um pouco, mas ainda assim fechou em forte queda, cotada a R$ 5,00 na venda, em baixa de 1,14%.

Com esse recuo do dólar, espaço foi aberto para novos ativos de maior risco, como as ações de empresas brasileiras, dando ênfase o real. Analistas ressaltam que o novo arcabouço fiscal apresentado pelo governo, também reduz as chances de desequilíbrio das dívidas públicas, contribuíndo para a valorização do real em relação ao dólar.

No cenário internacional, o dólar também se manteve em queda em relação a outras moedas, embora o movimento tenha sido menos intenso. Segundo especialistas, a perspectiva de corte de juros no Brasil e o arcabouço fiscal mais estável têm contribuído para uma melhora no desempenho do real em relação a outras moedas emergentes.

Economistas destacam que os dados de inflação abaixo do esperado no Brasil e as falas de membros do governo sobre o novo arcabouço fiscal têm sido um combustível para aquecer o mercado local. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, chamou atenção para os ajustes técnicos do governo "redacionais" ao texto da âncora fiscal, indicando que será encaminhado para o Congresso na próxima segunda-feira.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, previu um "amplo apoio" do Congresso à proposta de arcabouço fiscal do governo, respaldada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na véspera.

Gustavo Menezes, gestor da área de macro da AZ Quest, comentou que desde o início do ano já se sabia que os juros básicos de 13,75% ao ano eram contracionistas e que havia condições para o ciclo de corte de juros começar, desde que houvesse um marco fiscal aceitável. Ele destacou que os dados de inflação abaixo do esperado têm ajudado o real a ter um bom desempenho em relação ao dólar, e que há espaço para esse movimento continuar. Para Menezes, o fato de o arcabouço fiscal estar mais estável traz conforto para se fazer análises de continuidade no mercado financeiro, uma vez que reduz as incertezas em relação ao cenário fiscal do país.


Índices de fechamento de mercado do Ibovespa. Reprodução/Instagram/@forbesbr


No entanto, é importante ressaltar que o cenário econômico e financeiro é dinâmico e sujeito a mudanças, e que a valorização do real em relação ao dólar e o desempenho positivo do mercado financeiro podem sofrer variações ao longo do tempo, influenciados por diversos fatores, como a evolução da pandemia, as políticas monetárias e fiscais, as condições globais de mercado, entre outros.
Mesmo assim vale alertar aos investidores e participantes do mercado financeiro devem sempre avaliar os riscos e oportunidades, considerando diferentes cenários e buscando informações atualizadas para tomar decisões informadas. É recomendável buscar o auxílio de profissionais especializados em finanças e investimentos para orientação adequada em relação às estratégias e alocação de recursos.

 

Infográfico. Dólar em queda, Foto destaque:Reprodução/Exame.