A influencer trans Dylan Mulvaney, muito conhecida nas redes sociais por documentar sua transição em uma série de vídeos diários intitulada “Days of girlhood”, está sofrendo com comentários transfóbicos após publicar em seu Instagram fotos promovendo a linha de roupas esportivas femininas Nike Women.
Alguns dos internautas estão deixando comentários transfóbicos tanto na página de Dylan quanto na de Nike, questionando a decisão da marca em colaborar com uma mulher trans para promover sua linha feminina. Os seguidores de Dylan e outros influencers comentaram apoiando e elogiando a ação, com comentários defendendo a influencer e a marca. “Dylan é uma mulher e ela tem todo o direito de viver sua verdade e vocês podem chorar por isso. Fiquem tristes e inseguros vocês.”, disse um dos comentários.
Dylan Mulvaney, influencer, promove linha Nike Woman em seu Instagram. (Reprodução/Instagram)
Entre os comentários negativos, se destacam os que trocam o gênero de Dylan, e questionam porque a Nike não escolheu “uma mulher de verdade para fazer essa campanha”.
Outro comentário lembra um acontecimento de 2018, quando a Nike cortou em 70% o patrocínio de Allyson Felix, velocista, quando ela engravidou. A atleta processou a marca por descriminação, e venceu o processo, garantindo que ela e outras atletas teriam resguardo de continuar recebendo o mesmo patrocínio da marca caso optassem pela maternidade.
Os comentários e o resgate do caso de Felix trouxe à tona outras polêmicas envolvendo a marca. Ano passado, em dezembro, a Nike suspendeu o contrato com o astro do basquete Kyrie Irving, após o atleta se envolver em polêmicas envolvendo antissemitismo, após compartilhar um link para o filme “Hebrews to Negroes: Wake Up Black America”. A Nike suspendeu o contrato após o jogador se recusar a se desculpar.
Com o tênis Air Max 1 Quick Strike, a Nike também sofreu represálias dos internautas pelo calçado, criado em 2019 para celebrar o dia da independência dos Estados Unidos, exibir a bandeira do país utilizada durante os anos de 1777 e 1795, um período que os EUA ainda eram escravistas. A marca foi questionada sobre a decisão do uso da bandeira. A Nike ainda tentou cancelar a comercialização do tênis, mas eles já tinham sido distribuídos para as lojas quando a marca pediu para que não fossem vendidos.
Foto destaque: A influencer Dylan Mulvaney em seu Instagram. Reprodução/Instagram