Os Estados Unidos mudaram as regras a respeito de quem está permitido de doar sangue, aumentando as possibilidade de homens gays e bissexuais de serem doadores. Nesta quinta-feira (11), a Administração de Comidas e Drogas (FDA), órgão americano que cuida das regulamentações das doações sanguíneas, alterou algumas diretrizes que foram criadas e implementadas décadas atrás para evitar que o sangue para doação fosse contaminado pelo vírus HIV.
O intuito da medida é tirar as limitações e permitir o processo de doação de sangue por parte de homens gays. As autoridades americanas visam eliminar a discriminação que esse público sofre ao tentarem entrar nos bancos doadores e deixar de utilizar a opção sexual como fator de seleção no processo.
FDA anuncia novas regulamentações para os doadores de sangue. (Reprodução/Instagram)
Com as novas regras, independente da orientação sexual ou gênero, os interessados a serem doadores serão selecionados após responderem a um novo questionário que avalia os riscos individuais de HIV com base no comportamento sexual, últimos parceiros e alguns outros fatores. Doadores interessados, mas que relatarem ter feito sexo anal com novos parceiros nos últimos três meses, serão vetados de realizar a doação por um período. Na antiga regulamentação, homens que se relacionam com homens, independente do tempo de relacionamento, tinham que se abster de sexo por três meses antes de doar sangue.
O FDA afirmou que esta nova política implantada reflete as evidências científicas e descobertas mais recentes. As associações médicas, entre elas a Associação Médica Americana, já disseram que a antiga proibição não é mais necessária nos dias de hoje devido aos avanços nos exames de sangue.
No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou em 2020 as restrições para a doação de sangue de homens gays. Na época, eles consideraram as medidas impostas “inconstitucionais”. Nas novas determinações brasileiras, homem que se relaciona sexualmente com outro homem dentro de 12 meses está apto a doar sangue em território brasileiro. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que regula o caso, seguiu a determinação do STF no mesmo ano.
Foto destaque: Doação de Sangue. Reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil
