Saúde e Bem Estar

Entenda os riscos de uma gravidez gemelar, como a de Georgina Rodríguez, esposa de Cristiano Ronaldo

20 Abr 2022 - 17h35 | Atulizado em 20 Abr 2022 - 17h35
Entenda os riscos de uma gravidez gemelar, como a de Georgina Rodríguez, esposa de Cristiano Ronaldo

Na segunda-feira (18), por meio das redes sociais, o jogador Cristiano Ronaldo e sua esposa, Georgina Rodríguez, comunicaram o falecimento de um dos gêmeos que esperavam. Não houve a  divulgação dos detalhes do ocorrido. O casal, no comunicado, pediu aos fãs privacidade neste momento. 



Mesmo com a falta de detalhes do caso, especialistas comentaram sobre os riscos de uma gravidez gemelar. Segundo eles, a gestação exige uma atenção redobrada, sendo que apresenta “alto risco” para a mãe e os bebês, ter um acompanhamento pré-natal de qualidade é de extrema importância. 

Fabia Vilarino, especialista em reprodução humana e professora da Medicina do Centro Universitário São Camilo, explicou ao site G1 que os principais problemas que podem acontecer em uma gravidez de gêmeos ocorrem durante a gestação, como o parto prematuro, tendo 7 vezes mais chances de ocorrer do que em uma gestação única.  

Inclusive, as mães são mais propensas ao aumento de pressão arterial e risco de diabetes gestacional. 

“Por isso muitas dessas mães não conseguem trabalhar até os últimos dias da gravidez. Em algumas situações de gemelidade a mãe precisa ficar no hospital sob observação. É uma gestação que exige muitos cuidados”, fala Vilarino.

Ademais, a médica ressaltou o risco dos bebês desenvolverem restrição de crescimento intrauterino (RCIU), uma doença grave reconhecida em 9% de todos os gêmeos. 

Paulo Martin Nowak, obstetra especializado em Medicina Fetal, afirmou ao G1 que o risco tem relação com o tipo de gestação, o número de placentas desse tipo de gravidez.

“Se cada gêmeo está em uma placenta separada, por exemplo, mesmo que eles sejam gêmeos idênticos, os riscos são muitos menores quando comparados com gravidezes de gêmeos que ocorrem em um único órgão placentário”.

Nesse último exemplo, pode ocorrer a Síndrome da Transfusão Feto Fetal (STFF), ela acontece quando um feto “doa” sangue para o outro, podendo prejudicar o “doador”. 

De maneira geral, Nowak falou que a maioria das complicações está relacionada à placenta ou aos hormônios que ela produz, tendo uma gestação gemelar uma formação de massa placentária maior. 

“A diabete gestacional é causada pela reação inadequada do corpo materno a um hormônio produzido pela placenta. Com a maior quantidade desse hormônio, isso se torna mais frequente”, disse o médico. 

Já no parto, segundo um estudo sobre gestações gemelares feito no Reino Unido, num parto normal, o segundo bebê a nascer tem 4 vezes mais chances de morrer por anoxia neonatal, que ocorre quando há falta de oxigênio. Em sua maioria, isso acontece quando os bebês estão na mesma placenta, pois o corpo induz a saída da placenta juntamente com o primeiro bebê. 

A medicina não determina um tipo parto correto nesses casos, ou seja, é necessário avaliar cada caso unicamente, levando em consideração a saúde da mãe e dos bebês. Como explicou a ginecologista Fabia Vilarino ao site G1, “Se os bebês forem saudáveis, se a mãe estiver saudável, se o trabalho de parto estiver acontecendo adequadamente e os bebês estiverem de cabecinha para baixo [cefálicos], não há nenhuma indicação de cesariana. É um parto de baixo risco de complicação”.  

No entanto, Vilarino e Nowak destacam a importância de um pré-natal e acompanhamento de qualidade, normalmente essas gestações são bem-sucedidas, porém necessita de um acompanhamento mais frequente e delicado.  

“Nessas gestações as coisas podem acontecer de uma forma mais rápida e às vezes até de uma forma mais súbita, algo inesperado na gravidez regular”, explicou o obstetra Paulo Martin Nowak.

Foto destaque: Georgina Rodríguez e Cristiano Ronaldo. Reprodução/Instagram