A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou nesta sexta-feira (7) que voltou a fechar o espaço aéreo na Terra Indígena Yanomami em Roraima como parte das medidas de combate ao garimpo ilegal na região. Além disso, as ações de inteligência, feitas pelo Comando Operacional Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz), que é composto pelo Exército e Marinha, Vigilância e Reconhecimento (IVR) foram intensificadas.
Inicialmente, a previsão era que o bloqueio de voos ocorresse a partir do dia 6 de maio, mas a medida foi antecipada para acelerar a saída de garimpeiros que ainda estavam na região. O objetivo das ações é inviabilizar o tráfego aéreo desconhecido (TAD) com a aplicação das Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo (MPEA) e a neutralização das aeronaves irregulares no solo, em conjunto com outras agências do governo federal.
De acordo com a FAB, o ciclo de geração de conhecimento de inteligência envolve a coleta de dados, o processamento de imagens e a produção de relatórios. Uma vez identificados os alvos de interesse, as informações são repassadas para a Polícia Federal e Ibama que passam a atuar no local. Após a neutralização, as informações são enviadas ao Comando Conjunto que analisa novamente o ciclo de inteligência, passando a monitorar a reativação de ações de extração mineral ilegal.
Modelo de avião utilizado pela FAB. Reprodução/Instagram/@fab_oficial
O Comando Conjunto tem contribuído com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ibama, Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e a Força Nacional para desativar garimpos, destruir aeronaves irregulares e apreender materiais de apoio ao garimpo, como geradores de energia, motores hidráulicos, serras elétricas e antenas de comunicação via satélite.
Desde o dia 6 de fevereiro, os voos privados estavam liberados como maneira de garantir uma saída ordenada dos garimpeiros ilegais. Agora, com o espaço aéreo fechado novamente, espera-se que o combate ao garimpo ilegal seja ainda mais efetivo. A FAB ressalta que as ações do Comando Conjunto têm mantido o propósito de preservar a Terra Indígena Yanomami e combater a atividade ilegal.
Sim, segundo a FAB, a ação conta com a participação de cerca de 130 militares e deve durar 30 dias, podendo ser prorrogada. Além disso, a operação inclui o uso de drones e aviões de reconhecimento para monitorar a região e identificar atividades suspeitas. Desde o início da ação, já foram apreendidas diversas embarcações, motores, equipamentos de garimpo e armas de fogo.
Vale ressaltar que a Terra Indígena Yanomami é a maior do Brasil, com cerca de 9,6 milhões de hectares, e abriga cerca de 26 mil indígenas de 304 comunidades. A região vem sofrendo há anos com a invasão de garimpeiros ilegais, o que tem causado graves impactos ambientais e sociais para os Yanomami.