Nesta sexta-feita (23), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro francês da Economia e Finanças, Bruni Lê Maire, avançaram com acordo de aproximação do agronegócio entre o Brasil e a França. A proposta desenvolve o acordo entre Mercosul e União Europeia, que foi tema da cúpula sobre o Novo Pacto Financeiro Global, em Paris.
O acordo entre as uniões econômicas e políticas dos continentes pretende criar a maior área de livre comércio do mundo. A França estava sendo resistente ao acordo por receio que produtores rurais de matérias-primas sul-americanas prejudiquem seus negócios.
Segundo o jornal CNN, o acordo já foi fechado, porém, precisa ser assinado e ratificado.
Os ministros pretendem ter discussões com sindicatos, empresários do setor e atores ligados ao agronegócio para ter uma visão aprofundada para o acordo. Para finalizar os detalhes das negociações, Haddad convidou Lê Maire para visitar o Brasil no segundo semestre do ano.
Imagens da Cúpula de Desenvolvimento Global em Paris.(Foto: Reprodução/Instagram)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está contente com o acordo. Em visita a Roma e a Paris, ele criticou as exigências ambientais feitas pela União Europeia para o avanço do acordo com o Mercosul.
“Não é possível que a gente tenha uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo ameaça a um parceiro estratégico. Como vamos resolver isso?”, declarou Lula durante a cúpula.
Em Roma, Lula criticou a França por querer impor as exigências das negociações. “A França é muito dura na defesa dos seus interesses agrícolas, e é importante a gente convencer a França que é maravilhoso que eles defendam a sua agricultura, mas eles têm que entender que os outros têm o direito de defender a sua”, explica o presidente.
O presidente também ressaltou que para construir um acordo que melhore a situação de ambos os blocos é preciso que os dois lados abram mão do seu próprio perfeccionismo e protecionismo.
Foto em destaque: Fernando Haddad. Reprodução/ Portal de notícias do PT.