Celebridades

Karol Conká lança álbum sobre autoperdão um ano após cancelamento no BBB

01 Abr 2022 - 09h40 | Atulizado em 01 Abr 2022 - 09h40
Karol Conká lança álbum sobre autoperdão um ano após cancelamento no BBB

Em conversa exclusiva com a Quem, a cantora Karol Conká fala sobre o lançamento de seu mais novo álbum, Urucum. Um ano após sua rejeição mundial — recorde de 99,17% — na vigésima primeira edição do Big Brother Brasil, ela reflete sobre autoperdão e renascimento.

Karol falou primeiro sobre o choque que sofreu após sua conturbada eliminação: “Foi um baque muito grande. A sensação era de queda diária. Foram dias e dias tomando noção do que tinha acontecido, eu não consegui absorver tudo de uma vez. Se passaram meses, na verdade, e eu ainda tinha a sensação de dilúvio. Só então que comecei a entender que aquilo era um convite para eu mergulhar no autoconhecimento, na auto análise. Em vez de encarar como pesadelo, passei a ver como um presente para enxergar a vida de outra forma”, admitiu ela, que sofreu diversos ataques por meio das redes sociais e passou um tempo reclusa.


Novo álbum fala sobre autoperdão (Foto: Jonathan Wolpert/Reprodução/Instagram)


A cantora também falou sobre o papel fundamental da terapia para lidar com tamanho ódio aqui fora depois de sua saída do programa: “Fui entendendo as minhas camadas e meus fragmentos. Que não só eu, mas todo o país estava passando por uma situação de desespero, de aflição a ponto de todo mundo ficar em casa tendo que votar e destilar muito ódio em cima de uma pessoa que estava vivendo dentro de um jogo com pressão. O jogo te induz a rivalizar, a se sentir pressionada psicologicamente. Eu comecei a entender o processo e fui através da música colocando para fora essas percepções e me sentindo aliviada. Fui dissolvendo a minha for. Foi um processo lento, mas muito intenso”, explicou ela.

Para criar o Urucum, foi necessário um processo de autoconhecimento e entendimento de seus erros e acertos. A rapper admitiu que a música se tornou sua cura, essencial para aliviar a pressão que sentia consigo mesma e descobriu que não andava só: “Quando estava prestes a me juntar com a RDD aqui no estúdio que comecei a pensar que estava definhando por dentro por conta de tanto remorso, de tanta culpa. Mas em determinado momento pensei que se não tinha ninguém para segurar a minha mão, eu mesma tinha que segurar. Mas eu tinha, na verdade, muita gente segurando a minha mão. Eu quis olhar esse lado e ver que não estava tudo perdido. Por que então eu mergulharia em uma depressão? Entendi que fazemos escolhas mesmo quando tudo está doendo, mesmo o lugar da tristeza sendo confortável naquele momento, mesmo sendo confortável chorar”.

Conká, também cogitou sair do país, durante um momento de desespero. Ela desenvolveu síndrome do pânico, mas que com o tempo entendeu que os ataques não ultrapassavam as redes sociais: “As pessoas não tem essa coragem toda de efetivamente querer que alguém acabe com a própria vida. Elas falam no calor da emoção. E se de fato eu tivesse desistido de viver? Se eu tivesse feito isso, que choque maior teria sido? Elas estariam hoje com muito mais remorso, porque elas teriam me induzido a chegar neste ponto. Naquele caso pensei que deveria seguir para poder entender qual seria o fim dessa história e como as pessoas de fato iriam reagir”, explicou.


Karol Conká refletiu sobre renascimento (Foto: Jonathan Wolpert/Reprodução/Instagram)


Apesar de passar 6 meses reclusa após sua eliminação, Karol afirmou ter começado a trabalhar em sua música um mês depois, no estúdio que possui em casa: “Eu precisava me sentir viva, porque estava me matando por dentro com tanto pensamento negativo. Mas com o tempo vi que somos feitos de camadas. Tem pessoas que perdem a cabeça no trânsito, outras que perdem em várias situações. Pessoas que são queridas em casa. Mesmo elas acabam tendo atitudes erradas. Eu vi que era apenas mais uma pessoa. Parei de achar que era a única no mundo que tinha cometido um erro. Entendi que sou um ser humano e mereço sim um dia após o outro, porque tenho a disposição de aprender o que não está certo para ser uma pessoa melhor amanhã. Foi isso que me trouxe forças para começar a desabafar nas minhas canções”, relatou.


Estreia foi nesta quinta-feira (31)


Em relação ao futuro, Karol afirmou ter planos internacionais e viajar alguns lugares fora do país com Urucum: “Vou para Nova York, e depois para a Europa. Eu comecei a minha carreira assim, lançando um álbum já fazendo turnê pela Europa. Aprendi muito lá, e quando voltei pude espalhar ainda mais o Batuque Freak”, lembrou.

 

Foto destaque: Karol Conká (Foto: Jonathan Wolpert/Reprodução/Instagram)