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Na mira da Rússia, Zelensky já teve dois ataques contra sua vida frustrados por militares ucranianos

02 Mar 2022 - 11h14 | Atulizado em 02 Mar 2022 - 11h14
Na mira da Rússia, Zelensky já teve dois ataques contra sua vida frustrados por militares ucranianos

Segundo autoridades ucranianas, dois esquadrões de elite chechenos foram neutralizados por forças militares do país. O intuito dos grupos seria assassinar o presidente do país, Volodymyr Zelensky.

O New York Times afirma que o pronunciamento foi dado pelo secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, em entrevista à imprensa local.

O presidente, que frequentemente tem sido referenciado como ex-comediante e ator, principalmente em tom sarcástico, nas redes sociais, já havia inúmeras vezes manifestado o medo de ser alvo de uma operação russa para assassina-lo. Na semana passada, o líder ucraniano disse em um vídeo: “Essa pode ser a última vez que vocês me veem com vida”.

A imprensa local teme que não só esquadrões de elite estejam no encalço do presidente, pois milícias pró-Rússia ou grupos de mercenários poderiam estar também engajados na busca pela “cabeça” de Zelensky.


Líder checheno e aliado de Putin, Ramzan Kadyrov, enviou dez mil militares à Ucrânia (Foto: Reprodução/Poder360).


“Eles estavam divididos em dois grupos e nós rastreamos ambos”, informou o secretário de defesa ucraniano. “Um dos grupos foi neutralizado próximo a Hostomel e o outro segue sob a nossa supervisão. Não desistiremos do nosso presidente e do nosso país. É a nossa terra, deem o fora”, disse Danilov.

Desde o início da guerra, o político tem sido alvo de piadas e críticas contundentes em relação ao seu passado humorístico, tendo sido comparado inclusive com o comediante brasileiro Danilo Gentili. Alguns chegaram a puxar a ficha de Zelensky, que teria dublado, em 2014, o personagem Paddington, famoso ursinho britânico, na versão de seu país – e também um vídeo promocional de sua candidatura em que aparece metralhando representantes políticos.

No entanto, outras pessoas têm apontado para o presidente como um exemplo de coragem e autodeterminação em tempos de guerra. Em entrevista ao UOL Notícias, o professor brasileiro de Ciências Políticas Lucas Rezende (UFMG) afirmou:

“Zelensky tem conseguido lidar com a guerra de uma maneira que surpreendeu muitos analistas. Não fugiu do país, segue na Ucrânia mobilizando a população e atuando como um agente de coesão interna em um momento extremamente grave".

 

Foto Destaque: AFP via Brasil de Fato