Linha Direta retornou à programação da Globo após 15 anos fora do ar. Agora, apresentado por Pedro Bial, o programa relembrou o Caso Eloá, em que a jovem foi sequestrada e morta pelo ex-namorado. Um dos entrevistados no programa foi o promotor do caso, que acusou a imprensa em atrapalhar as negociações, sem citar nomes. No entanto, devido a sua participação polêmica na época, acredita-se que ele se referiu à Sônia Abrão.
Em 2008, Lindemberg Alves, de 22 anos, invadiu o apartamento de Eloá Pimentel, de 15 anos. A jovem estava fazendo um trabalho escolar com mais dois amigos, quando Lindemberg, inconformado com o fim do relacionamento, os manteve refém. Foram mais de 100 horas de sequestro, com várias tentativas de negociação e uma cobertura da imprensa como nunca vista.
O sequestro encerrou-se quando a polícia invadiu o apartamento, após ouvir um estalo e em uma troca de tiros, Eloá morreu. O amigo de Eloá foi liberado durante as negociações. A amiga chegou a ser liberada, mas retornou como uma estratégia da polícia. Durante a troca de tiros, ela foi baleada no nariz e sobreviveu.
O programa Linha Direta, cujo retorno foi exibido nesta quinta-feira (4), relembrou o caso e entrevistou pessoas envolvidas, direta e indiretamente, como repórteres e o promotor de Justiça, Antonio Nobre Folgado. Em certo momento foi pontuado o quanto a impressa, que fez incessantes coberturas durante o sequestro, acabou atrapalhando as negociações.
Post com trecho onde o promotor fala de apresentadora que atrapalhou as negociações no caso Eloá, no Linha Direta. (Reprodução/Instagram/rainhamatos)
Na entrevista, Folgado disse que “Chegou um momento em que uma apresentadora de televisão se colocou na posição de negociadora. Ela começou a negociar, interrompendo a negociação da polícia. Não sei se você sabe, mas nesse dia, no dia 15 à tarde, havia um acordo feito entre o capitão do GATE, o irmão da Eloá, o Douglas, e o próprio Lindemberg, para ele se render”.
“Pouco tempo depois, entra essa apresentadora e tenta resolver ela própria a situação. O Lindemberg percebe que está ao vivo para o Brasil inteiro e ele resolve prolongar essa situação, porque ele era o centro das atenções”, continuou, o promotor.
Apesar de não citar nomes e durante o programa, ficou evidente que a imprensa como um todo cometeu erros, acredita-se que a tal jornalista que Folgado se referiu foi Sônia Abrão, que chegou a fazer uma transmissão ao vivo com Lindenberg, enquanto ele mantinha Eloá como refém.
Foto Destaque: Em entrevista ao Linha Direta, promotor do caso Eloá diz que apresentadora atrapalhou as negociações. (Reprodução/TV Globo).