No último domingo (30), repórteres do Fantástico trouxeram uma reportagem no submundo do Discord, onde é encontrado conteúdos perturbadores dentre eles: automutilação, neonazismo, crueldade contra os animais, vídeos sexuais e desafios.
O aplicativo Discord permite que haja transmissões ao vivo de vídeos, e nenhum deles ficam registrados, a não ser que haja uma gravação de tela e guardem o conteúdo, o que gera uma certa segurança e conforto por parte dos agressores, visto que, são protegidos pelo anonimato.
Na reportagem, os materiais mostrados em tempo real chocam e os usuários se divertem da situação.
Em um dos episódios mostrados, uma garota de apenas 13 anos, faz uma transmissão ao vivo dentro da plataforma, sendo assistida por dezesseis mil pessoas. A menor de idade usando uma máscara de caveira sufoca o gato da vizinhança, além de colocar uma faca dentro dele e colocar fogo. O ocorrido em setembro de 2022, foi denunciado por uma veterinária próxima que diz “Ela colocou fogo em um pedaço de papel e ateou no gatinho”, confirma Daniela Souza, veterinária.
Trecho de Reportagem do Fantastico. (Video/Reprodução: Instagram)
O episódio se torna mais chocante, quando a menina diz: “Botei fogo na casa. Daora”, além de gravar os bombeiros chegando na residência. O fantástico mostrou a casa que ficou completamente incendiada.
Entre outros vídeos, podemos ver uma jovem, escrevendo o nome do servidor com uma lâmina. Uma violência tamanha que não há fim, e que continua presente não só no Discord. A falta de monitoramento desses conteúdos, a falta de fiscalização e punição faz com que os conteúdos se propaguem cada vez mais, em outras redes sociais como o Twitter, Facebook, Instagram.
O presidente da Safernet - associação civil que recebe denúncias de violações aos direitos humanos na internet no Brasil - disse sobre o crescimento das denúncias e precarização da fiscalização.
“A gente tem visto uma escalada, não só do número de denúncias de violência, de conteúdo extremista na internet, mas também uma escalada do nível de crueldade e sadismo, muitas vezes, desse conteúdo. A fiscalização ou digamos o controle disso é muito precário” reafirma Thiago Tavares.
Dentre os casos mostrados no Fantástico, houve também o caso da menina de 11 anos que foi explorada sexualmente nas redes e tentou se suicidar. O caso ocorreu nos Estados Unidos, e a plataforma já vem sendo processada.
De acordo com a lei, conhecida como Marco Civil da internet, não é responsabilidade da plataforma o que é divulgado, e a retirada desse conteúdo só é feita mediante ação judicial, contudo, o debate tem tomado grandes proporções no mundo inteiro, inclusive no Brasil.