Um espaço seguro para proteger os visitantes de correntezas, ondas se quebrando ou o frio extremo. O livro começa introduzindo as piscinas marinhas (também conhecidas como piscinas oceânicas), feitas por humanos para aproveitar o mar sem preocupações.
O projeto foi produzido pelo autor britânico Chris Romer-Lee, adepto da prática da natação ao ar livre. Reunindo cerca de 66 piscinas espalhadas ao redor do mundo, o livro conta com descrições e imagens ilustrando esses oásis aquáticos.
Anúncio do lançamento do livro (Foto: Reprodução/Instagram/@sea.pools)
A produção
Chris afirma que tudo começou há mais de uma década, em uma viagem de família na Suíça. Segundo o autor, a sua inspiração veio após experienciar o Zürichsee Kreisel, uma instalação de natação que compreende o lago de Zurique e o rio Limmat. Esse episódio da sua vida o levou a fundar a Thames Baths, uma organização que possui como objetivo a construção de uma piscina flutuante no rio Tâmisa, localizado em Londres.
Zürichsee Kreisel, em Zurique (Foto: Reprodução/Instagram/@simon_wicht)
Ele também é cofundador da Studio Octopi, um escritório de arquitetura que vem restaurando piscinas naturais na Escócia, além de idealizar uma piscina de água salgada em Cúmbria, condado do norte inglês que faz fronteira com a Escócia.
O Google Maps foi um aliado essencial na construção do livro. O autor analisou diversos litorais espalhados pelo mundo, procurando por exemplares de piscinas marinhas. Então, para montar a galeria presente na obra, o autor usou o Instagram para entrar em contato com fotógrafos que haviam retratado esses lugares. Na visão dele, essa foi uma ótima forma de dar visibilidade a entusiastas que eram iniciantes ou menos conhecidos na área.
Exemplos presentes na obra
Uma grande coleção abre espaço para reflexões sobre as diferentes formas vistas em diferentes contextos. Por exemplo, a Belmullet Tidal Pool, localizada na Irlanda, que foi descrita como “uma instalação de arte”. Em contraste, existem as Piscinas Naturais de Porto Moniz, construídas através de um longo processo histórico de resfriamento e solidificação da lava vulcânica na Ilha da Madeira.
Piscinas Naturais de Porto Moniz, na Ilha da Madeira (Foto: Reprodução/Instagram/@_massimovitali_)
Na visão do autor, as cores presentes são essenciais no processo de admiração, e ele usa a Espanha como exemplo. O Pozo de las Calcosas, localizado nas Ilhas Canárias, é uma piscina incomum, com um caminho tortuoso de pedras vulcânicas, mas que apresenta um espetáculo através das águas limpas que brilham contra o litoral sombrio.
Chris também destaca que um dos pontos mais fortes é a possibilidade de ter experiências que seriam impossíveis em condições normais. No caso da piscina de maré de Salt Rock, em KwaZulu-Natal, província sul-africana, o visitante pode ver a espuma branca produzida pelas fortes ondas que quebram nas rochas vizinhas.
Conexão com a natureza
Para Chris, o mais importante dessas piscinas é a possibilidade de se conectar a natureza sem prejudicar a vida selvagem. O exemplo dessa afirmação é a piscina de Wooley em Kalk Bay, subúrbio da também sul-africana Cidade do Cabo. As rochas do local são pintadas com uma tinta de zinco branco, que tornam as pedras menos escorregadias. Porém, apesar da vantagem no quesito estético, o autor acredita que a tinta possa atrapalhar as algas, que não conseguiriam se prender as rochas.
Piscina de Wooley, em Kalk Bay (Foto: Reprodução/Twitter/@V_iphoneography)
O autor espera que o seu livro possa conscientizar as pessoas sobre a existência de piscinas acessíveis e seguras espalhadas pelas costas ao redor do mundo. Como praticante da natação ao ar livre, ele acredita que essa prática pode servir como uma alternativa ao fechamento das piscinas cobertas, que perderam força graças ao aumento dos preços de energia.
Foto destaque: Belmullet Tidal Pool. Reprodução/Twitter/@cianginty