Depois de denúncias sobre o paradeiro da comunidade Aracaça, região norte de Roraima, foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados a formação de um grupo de trabalho para analisar a situação dos povos indígenas Ianomâmi. A autora do requerimento foi a deputada Joenia Wapichana (REDE-RR), ele foi assinado por 6 parlamentares da oposição. Visando pretender medidas para a condição de violações e violências nas quais as crianças e adolescentes deste grupo estão sofrendo.
A deputada contou que mandou documentos e está acompanhado os líderes em reuniões com os órgãos competentes, onde houve "pouquíssimos resultados efetivos”. O agrupamento tem de agendar debates, reuniões e, principalmente, se informar com o executivo. A necessidade da criação desse grupo ocorreu depois das denúncias da morte de uma menina indigena de 12 anos e uma criança de 3 anos. Os líderes indigenas falam que a menina foi morta depois de ter sido abusada por um garimpeiro que trabalha de forma ilegal na região. Já sobre a criança, eles falam que ela caiu no Rio Uraricoera.
O Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-YY) informou que a comunidade Aracaça, foi encontrada queimada e vazia, lá residiam mais de 20 indígenas.
Júnior Hekuraki Ianomâmi, presidente do Condisi-YY, acha que os índios estão vivos e fugindo pela mata. Durante entrevista à CNN, ele afirmou que indígenas que moram na região de Waikás estão buscando no rio e por terra os ianomâmis desaparecidos. Não há informações sobre quem colocou fogo na comunidade.
Não foram localizados os indígenas na diligência feita em conjunto pela Polícia Federal, Ministério Público Federal, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
Por meio de um comunicado conjunto, no dia 28 de abril, às entidades contaram que “não foram encontrados indícios da prática dos crimes de homicídio e estupro ou de óbito por afogamento”. Entretanto, o Conselho Distrital de Saúde Indígenas (CONDISI) informou que viram a comunidade pegando fogo, dia 27, porém não havia a presença de indígenas. Após o pouso do helicóptero em um local de garimpo, segundo o presidente do Condisi, só houve o aparecimento de indígenas depois de 40 minutos para buscar matérias dos garimpeiros. Além disso, na ocasião, de acordo com o Condisi, foi relatado por alguns deles que não falariam pois, em troca do silêncio, haviam recebido 0,5 gramas de ouro dos garimpeiros.
No comunicado, o Conselho Distrital de Saúde conta que voltou no dia 28 pela manhã, porém já havia ocorrido o abandono da aldeia, tendo apenas os resquícios da queimação. Ainda na nota,aconteceu uma reunião com lideranças indígenas, na qual analisaram imagens da comunidade e “relataram conforme costume e tradições que após a morte de um ente querido a comunidade em que residia é queimada e todos evacuam para outro local”.
Após a análise do possível resquício de cremação, “constatou-se que ocorreu um óbito, porém, os indígenas da região se mantiveram em silêncio por receio de que sofressem qualquer tipo de ataque dos invasores”, de acordo com o grupo. Foi publicado pelo Condisi-YY um vídeo que mostra um garimpeiro (não identificado) abordando os indígenas para saber a veracidade das denúncias, de maneira que insinua que eles estão sendo pressionados.
Foi formado pela Comissão de Direitos humanos do Senado Federal um grupo que tem como objetivo acompanhar as medidas para combater o avanço garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A visita está prevista para ocorrer no dia 12.
(Foto destaque: Reprodução/ Marcos Wesley/ ISA)