Alzheimer pode ter origem em acúmulo de gordura nas células cerebrais, revela estudo

Iamara Lopes Por Iamara Lopes
2 min de leitura
Foto destaque: estudo abre novas possibilidades para o tratamento da doença neurodegenerativa (reprodução/mercado comum)

Um estudo recente conduzido por cientistas da Universidade de Stanford revelou uma possível conexão entre o acúmulo de gordura nas células cerebrais e o desenvolvimento do Alzheimer. Publicado na revista Nature Medicine, nesta quarta-feira (13), a pesquisa sugere que o gene APOE4, conhecido por aumentar o risco da doença, está associado a níveis elevados de uma enzima que promove o acúmulo de gordura no cérebro.

APOE4 e a predisposição ao Alzheimer

Os cientistas da Universidade de Stanford analisaram o gene APOE, responsável pela codificação de uma proteína fundamental no transporte de gordura dentro e fora das células e conhecido por suas variantes que influenciam o risco de desenvolver Alzheimer. Entre essas variantes, o APOE4 é apontado como o maior fator de risco para a doença. Por meio de técnicas avançadas de sequenciamento de RNA unicelular, os pesquisadores identificaram uma associação entre a presença do gene APOE4 e a produção elevada de uma enzima específica, aumentando as gotículas de gordura nas células cerebrais.


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Implicações para tratamentos futuros

Conforme explicado pelos pesquisadores, o acúmulo de amiloide desempenha um papel importante no processo que leva à gordura se acumular nas células cerebrais. Esse acúmulo subsequente de tau nos neurônios é associado à morte dessas células, o que, por sua vez, contribui para os sintomas do Alzheimer.

A descoberta da relação entre o acúmulo de gordura nas células do cérebro e o gene APOE4 abre novas perspectivas para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes contra o Alzheimer. Os pesquisadores afirmam que entender melhor os mecanismos que levam ao acúmulo de gordura pode levar ao desenvolvimento de terapias direcionadas, que visem interromper ou reverter esse processo patológico. No entanto, ressaltam que são necessárias mais pesquisas para aprofundar o conhecimento sobre essa relação e suas implicações clínicas, ampliando assim o conhecimento científico sobre essa condição neurodegenerativa.

Jornalista formada pela Universidade Cruzeiro do Sul e pós-graduanda em Jornalismo Investigativo. Leitora voraz, entusiasta de diferentes idiomas, documentarista, apaixonada por viagens, histórias e direitos humanos. Amo o jornalismo, independente do formato. Exploradora do universo dos blogs e agora newsletters.
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