Com mais de 1,6 milhão de casos prováveis da doença e 467 mortes já registradas, conforme dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde divulgados na quarta-feira (13), o Brasil enfrenta uma crescente preocupação com a proliferação da dengue em 2024, deixando as autoridades de saúde em alerta máximo.
Os números revelam não apenas a expansão do vírus, mas também a gravidade das complicações que podem surgir, destacando-se a insuficiência renal aguda como uma das consequências mais preocupantes. Esta condição, segundo especialistas, afeta aproximadamente 5% dos pacientes graves de dengue, embora as causas exatas ainda não estejam completamente esclarecidas.
Entendendo a relação entre a dengue e a saúde renal
Natália Daniel, nefrologista do Hospital BP (Beneficência Portuguesa) em São Paulo, aponta que a injunção do vírus da dengue em camundongos adultos resultou em lesões glomerulares proliferativas, sugerindo uma correlação direta entre a doença e problemas renais. Os glomérulos, estruturas vitais na filtração do sangue, quando afetados, podem desencadear uma série de complicações, incluindo a perda de proteína na urina e a redução da função renal.
Sintomas, tratamento e prevenção
Os sintomas da insuficiência renal aguda são variados, indo desde a diminuição da produção de urina até convulsões em casos graves. O diagnóstico precoce é essencial e normalmente é realizado em ambiente hospitalar, através de exames de urina, de sangue e de imagem, além de biópsias renais em alguns casos. O tratamento envolve hidratação, antibióticos seguros para os rins e, em situações mais severas, a realização de hemodiálise.
A prevenção da dengue, e por consequência da insuficiência renal aguda, continua sendo a melhor estratégia de combate. Manter ambientes limpos e livres de água parada, usar repelentes e procurar assistência médica ao primeiro sinal da doença são medidas fundamentais para conter a propagação do vírus e reduzir os riscos de complicações graves.