Tudo o que você precisa saber sobre o Plasil, remédio que trata enjoos

Por Pedro Ramos
4 min de leitura

Desde 1964, o Plasil é disponibilizado nas farmácias como uma das soluções mais populares para o tratamento de náuseas e enjoos, sintomas que podem surgir em uma variedade de situações, desde desconforto gástrico após uma refeição até condições como gravidez, desconforto durante viagens de carro ou ônibus e efeitos colaterais de tratamentos contra o câncer.

É importante mencionar que um aspecto pouco conhecido sobre o uso do Plasil é a ocorrência de reações adversas, em particular, as chamadas reações extrapiramidais. Resumidamente, algumas pessoas que utilizam esse medicamento podem desenvolver tremores nos braços e pernas, espasmos e um aumento na contração ou rigidez muscular. 

Além disso, outros indivíduos podem experimentar a chamada acatisia, que se manifesta como uma sensação de inquietude e irritabilidade, muitas vezes acompanhada por movimentos involuntários do corpo.

Efeitos adversos

A bula do Plasil destaca diversos efeitos colaterais, sendo a sonolência o mais comum, afetando mais de 10% dos usuários. Logo em seguida, os eventos adversos considerados comuns, que ocorrem em 1% a 10% dos pacientes, incluem sintomas extrapiramidais, como tremores nas extremidades (pernas e braços), aumento da contração muscular e rigidez muscular.

Além disso, outros efeitos colaterais comuns mencionados na bula são a síndrome parkinsoniana (tremores involuntários), acatisia (sensação de inquietude física), depressão, diarreia, astenia (fraqueza) e hipotensão (pressão baixa). É importante ressaltar que o uso prolongado ou doses mais elevadas do medicamento aumentam o risco desses efeitos colaterais, como explicado pelo gastroenterologista Rafael Bandeira. 

“O uso prolongado ou de dosagens mais altas aumentam o risco de alguns desses efeitos colaterais”, afirmou

A bula também estabelece algumas contraindicações, alertando que o Plasil não deve ser utilizado por pessoas alérgicas a qualquer componente de sua fórmula, bem como por pacientes em tratamento psiquiátrico, com doença de Parkinson ou epilepsia. Além disso, não é recomendado para crianças menores de 1 ano e para mulheres que estão amamentando, devido ao potencial de sonolência. Também é aconselhável que indivíduos que planejam dirigir ou operar máquinas pesadas evitem o uso do medicamento por causa da sonolência.

Uso correto do medicamento



Se após o uso do Plasil os sintomas não melhorarem, é preciso buscar ajuda médica rapidamente.  (Foto: Reprodução/Freepik)


É importante ressaltar que, embora as reações extrapiramidais sejam um possível efeito colateral do Plasil, isso não significa que o medicamento seja perigoso ou que não deva ser usado. Todos os tratamentos têm seus riscos, e os profissionais de saúde avaliam cuidadosamente os benefícios e os riscos ao prescreverem medicamentos.

A metoclopramida, presente no Plasil, é indicada para aliviar enjoo e vômitos de diversas origens, incluindo aqueles relacionados ao sistema nervoso central ou a partes periféricas do organismo. Esses sintomas podem estar associados a cirurgias, doenças metabólicas, infecções ou serem efeitos colaterais de outros medicamentos.

O uso da metoclopramida também é considerado seguro durante a gestação, desde que haja uma recomendação médica para seu uso. De acordo com a bula, estudos em pacientes grávidas não indicaram má formação fetal ou toxicidade neonatal durante o primeiro trimestre da gravidez.

É fundamental compreender que o Plasil proporciona alívio temporário dos sintomas, mas não resolve a causa. Portanto, se o desconforto persistir ou retornar após o uso do medicamento, é preciso buscar avaliação médica para um diagnóstico adequado e um tratamento específico, se necessário.

A decisão de utilizar qualquer medicamento deve ser tomada em conjunto com o médico, considerando os benefícios e os riscos individuais de cada paciente.

Foto destaque: Plasil está no mercado brasileiro há mais de 50 anos. Contudo, o medicamento traz efeitos colaterais como espasmos e tremores involuntários.   Reprodução/Freepik

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