África alerta sobre equidade de vacinas em meio a surto de varíola dos macacos
O diretor interino da principal agência de saúde pública da África JOHANESBURGO disse nesta quinta-feira, que espera que o acúmulo de vacinas, visto por nações mais ricas durante a pandemia de Covid-19, não se repita com o atual surto de varíola dos macacos.
Surto de varíola dos macacos está atingindo pessoas ao redor do mundo. (Foto destaque; Reprodução/Arquivo/Agência Brasil)
A varíola dos macacos, é infecção viral geralmente leve, é endêmica em países africanos como Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Nigéria. A doença vem causasndo alarme global depois que mais de 200 casos suspeitos e confirmados do vírus foram detectados em pelo menos 19 países desde o início de maio, principalmente na Europa. Até agora nenhuma morte foi relatada até o momento.
“As vacinas devem ir para onde são mais necessárias e de forma equitativa, com base no risco, e não em quem pode comprá-las”, disse Ahmed Ogwell Ouma, do Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças, em entrevista coletiva.
A Organização Mundial da Saúde ja havia alertado os países ricos contra o acúmulo de vacinas contra a Covid-19 e falta de suprimentos para países mais pobres, onde as taxas de inoculação são baixas.
Os comentários de Ogwell Ouma ocorreram um dia depois que especialistas em doenças da África do Sul disseram que não achavam que havia necessidade de campanhas de vacinação em massa globalmente contra a varíola e que as vacinas deveriam ser priorizadas para outras infecções mortais.
Como ocorre o contágio
A fonte de infecção nos casos relatados ainda não foi confirmada pela OMS. No geral, a varíola dos macacos pode ser transmitida pelo contato com gotículas exaladas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelo contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias. Por isso pessoas infectadas precisam ficar isoladas e em observação por 21 dias.
Como se prevenir
Residentes e viajantes de países endêmicos devem evitar o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem abster-se de comer ou manusear caça selvagem. Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes para evitar a exposição ao vírus, além de evitar contato com pessoas infectadas e usar objetos de pessoas contaminadas e com lesões na pele.
Foto destaque: Reprodução/REUTERS/Dado Ruvi