Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, professor, pesquisador e médico Infectologista da Unesp, Alexandre Naime Barbosa, a alta de casos de Covid-19, pode ser justificada por uma “super disseminação graças a completa abolição das medidas de proteção, como o uso de máscaras em ambientes fechados”.
Desde que o Brasil flexibilizou as medidas de prevenção contra o Coronavírus, os números de casos só aumentaram. Entre os dias 22 e 28 de maio, o país teve a pior semana epidemiológica da doença desde março deste ano. A maioria dos casos se concentra nos estados do Centro-Oeste, Sul e Sudeste, segundo dados disponibilizados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Porém, o índice de mortes por Covid-19 não subiram da mesma forma que os casos. O mês de maio de 2022, foi o período com menos óbitos registrados. Segundo uma apuração da Agência CNN, baseada em dados das Secretarias de Saúde, foram cerca de 3.179 mortes por Covid-19. O pior mês continua sendo abril de 2021, quando 81.266 pessoas morreram por causa da doença.
Desde o início da pandemia em março de 2020, o país já marca 31 milhões de casos confirmados e mais de 666 mil morte pela doença relacionada ao vírus. Só nos cincos meses de 2022, 8.693.140 pessoas se contaminaram com o vírus e 47.620 morreram. A maior parte desses registros, aconteceu no primeiro trimestre do ano, quando a variante Ômicron, que foi descoberta em novembro de 2021, estava infectando os brasileiros.
Foto: Senhora tomando vacina da Covid-19/Reprodução: PREFEITURA DE SÃO LUÍS
Entre os dias 15 e 21 de maio, a média móvel marcava 96.513 diagnósticos positivos. Agora, o número aumentou para 166.777 (dados coletados entre 22 e 28 de maio). Para o infectologista, não há um crescimento relacionado entre mortes e internações. “Por conta das vacinas, os números são diferentes. Mesmo assim, as vacinas não têm a mesma eficácia contra a Ômicron como tinham contra outras variantes em termos do controle da transmissão”, afirma Alexandre.
São Paulo é o estado com maior número de óbitos da Covid-19. Até dia 1° de junho, a cidade e a capital acumularam 169.331 mortes e 5.520.290 casos da doença. Por isso, o Comitê Científico do Coronavírus no estado passou a recomendar novamente o uso de máscaras em ambientes fechados.
Segundo Alexandre, um dos problemas do Brasil é a falta de um plano de testagem em massas nos estados mais pobres. Uma vez que, as subnotificações estaduais, principalmente dos estados menos favorecidos economicamente, atrapalham o entendimento do momento atual do país em relação à pandemia.
“Infelizmente quanto mais pobre o estado, menos detalhe terá. Não há motivo para que locais como o Norte e Nordeste tenham menor taxa de transmissão do que outros locais no país. Isso não é efeito da vacina e sim da subnotificação”, pontua o professor ao ressaltar que o indicador da Bahia em relação as infecções ficou em 299 nesta quarta-feira 1° e Roraima tendo apenas 17 casos confirmados no mesmo dia.
Vacinação pelo país
Segundo levantamento da Agência CNN até 30 de maio, São Paulo tinha 60,41% da população com três doses da vacina, seguido de Paraná com 45,52% e Minas Gerais com 44,52%. Já os estados do Pará (22,51%), Acre (22,27%) e Roraima (14,24%) apresentam este baixo índice da população com esquema vacinal completo.
Foto Destaque: Pessoas caminhando ao ar livre de máscara/Reprodução: CATRACA LIVRE