Câncer de próstata: Saiba novo tratamento com radioterapia reduzida

João Victor Oliveira Por João Victor Oliveira
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O novo tratamento para câncer de próstata foi uma medida criada inicialmente para conter os riscos de transmissão da Covid-19, porém se tornou uma rotina no pós-pandemia para os homens tratarem-se deste problema.

Na fase mais crítica da pandemia da covid-19, os pacientes com câncer de próstata foram bastante afetados, pelo fato de que não podiam parar o tratamento, contudo precisavam continuar se cuidando para evitar a contaminação pelo coronavírus. 

Para reduzir as possibilidades de transmissão do vírus da Covid-19 foi implementado uma medida: a redução no número de sessões de radioterapia. O número de sessões foi reduzido de 39 para 20 aplicações. A experiência foi tão bem-sucedida que passou a ser adotada nos exames e tratamentos sofisticados. Além de ser uma das novidades do combate ao câncer de próstata, que ganhou força durante a campanha do Novembro Azul, que segue até o próximo dia 30 deste mês.

Entretanto, de acordo com a médica Mariana Bruno Siqueira, oncologista da Oncologia D’Or, com foco em uro-oncologia, a redução se aplica a determinados pacientes, que apresentam características específicas.

“Quando o paciente não apresenta risco de complicação, o tempo de tratamento por radioterapia pode ser mais curto, com cinco sessões com maior intensidade de radiação”, esclarece a médica.


Campanha Novembro Azul (Foto: Reprodução/Prefeitura de Santo Antônio de Posse)


Segundo a médica, o fator que impede a redução de sessões é o tamanho da próstata e a distância entre a próstata e o reto, que é a parte final do intestino.

“As complicações que a temos mais receio são diarreia e eventualmente sangramento nas fezes. É uma decisão do médico radioterapeuta, baseado nos dados da anatomia do paciente, para definir se tem segurança de fazer em menos tempo com maior dose. Então é uma decisão para cada paciente e em conjunto com radiooncologista, que é quem vai planejar o tratamento”.

O presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), Marcus Simões Castilho, médico radioterapeuta afirmou que essa tendência começou antes da pandemia da covid19, e foi adotada com mais frequência e disseminada no Brasil para vários tipos de neoplasias com a chegada da pandemia.

“A redução de tempo de tratamento de radioterapia é conhecida como hipofracionamento e é uma tendência em diversas patologias. Em próstata, já existe um corpo de evidência científica consolidada. Fundamental pontuar que doses maiores pressupõem maior controle de entrega e consequentemente tecnologia. Isso é uma limitação no Brasil uma vez que somente um terço dos equipamentos têm radioterapia guiada por imagem, fundamental no hipofracionamento do câncer de próstata”.

Em setembro de 2019,  antes da pandemia, a SBRT realizou um Consenso de Hipofracionamento na Radioterapia no Câncer de Próstata, e publicou esse material na Revista da Associação Médica Brasileira em janeiro de 2021. Para Castilho, as estratégias de tratamentos em apenas uma semana são adotadas, mas estas dependem bastante de uma alta tecnologia.

A radioterapia é uma modalidade terapêutica importante no cuidado das neoplasias. Segundo a SBRT, a estimativa é de que 60% dos pacientes oncológicos irão receber radioterapia em algum momento do curso do seu tratamento.

 

Foto Destaque: Médico analisando os resultados dos exames do paciente. Reprodução/TV Brasil

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