Caso raríssimo de divertículo gigante é descoberto no Rio de Janeiro

Pedro Ramos Por Pedro Ramos
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A Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) revela um caso intrigante de divertículo gigante, uma condição médica rara com menos de 200 ocorrências em todo o globo. O Hospital Municipal Salgado Filho, localizado no Méier, na Zona Norte, foi palco dessa descoberta singular que agora ganha destaque global. Os médicos do Salgado Filho descreveram uma formação inflamatória de proporções excepcionais, medindo 13 x 12 x 10 centímetros na região abdominal.

Em média, tais inflamações variam entre quatro e nove centímetros de diâmetro. O paciente, um homem de 62 anos, procurou a emergência do hospital com sintomas comuns de divertículo, incluindo dores abdominais e perda de peso persistente por mais de dois meses.

Reconhecimento internacional

O cirurgião Alexandre Fiuza, atuante há 30 anos no setor de cirurgia do hospital e um dos autores do estudo, destaca a importância do caso ao ser apresentado no 17° Congresso Europeu Colorretal, em St. Gallen, Suíça, e publicado na revista “European Surgery — Acta Chirurgica Austriaca”. O reconhecimento no congresso respeitado reforça a relevância do diagnóstico e tratamento.

Os divertículos, pequenas bolsas em formato de balão, geralmente projetam-se no trato gastrointestinal, predominantemente na parede do intestino grosso. Quando inflamam ou infectam, resultam na condição conhecida como diverticulite. A SMS destaca que, na maioria dos casos, essas bolsas são inofensivas, mas, em raros eventos, podem crescer além dos nove centímetros, caracterizando os divertículos gigantes do cólon.

Procedimento cirúrgico

O paciente, diagnosticado com um divertículo gigante, foi submetido a uma cirurgia no Salgado Filho, envolvendo a ressecção da formação inflamada e a remoção de parte do intestino grosso. Uma técnica especial restabeleceu a continuidade do intestino na área afetada, levando a uma recuperação completa e bem-sucedida.

A literatura inglesa descreve menos de 150 casos de divertículo gigante do cólon, sendo a primeira referência feita pelos franceses Bonvin e Bonte em 1946. O caso atual, ocorrido no cólon transverso, destaca-se pela atipicidade, com tratamento cirúrgico bem-sucedido e pós-operatório sem complicações.

Os pacientes diagnosticados com divertículos gigantes podem apresentar uma variedade de sintomas, desde dor abdominal até constipação intestinal, diarreia, sangue nas fezes, náusea, vômito e febre. A abordagem clínica demanda atenção aos sinais individuais, sublinhando a complexidade dessa patologia rara.


 

Pacientes com divertículos gigantes podem ter sintomas como dor abdominal, constipação intestinal, diarreia e febre (Foto: reprodução/Freepik)


Busca por ajuda médica

O paciente, após sofrer dores abdominais e perda de peso por dois meses, procurou a emergência do hospital. O diagnóstico preciso, obtido por meio de uma tomografia computadorizada, revelou a presença de uma massa flácida, palpável e dolorosa no flanco esquerdo do abdome, chamando a atenção do médico Leonardo Fiuza para a síndrome rara.

 

Foto destaque: estudo publicado em revista científica destaca importância do diagnóstico precoce e tratamento (Reprodução/Freepik)

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