A China registra novos picos de internações por doenças respiratórias, o que vem gerando preocupação mundial. O alerta emitido no último dia 13 pela Comissão Nacional de Saúde da China, que registrava um aumento significativo nas internações de crianças por doenças respiratórias, criou uma onda de atenção a nível global ao país, de onde se espalhou a COVID-19 menos de 4 anos atrás, no início de 2020.
Pai carrega filha para fora de sala de espera lotada em um hospital de Pequim (Foto: reprodução/Andy Wong/AP)
Doenças antigas
Dentre os casos reportados, aparecem antigas conhecidas da população global, como a pneumonia bacteriana, causada pela bactéria Mycoplasma pneumoniae, além do reaparecimento de doenças virais tais quais a influenza, o próprio Sars-CoV-2, vírus da COVID e o VSR, que gera sintomas semelhantes ao de um resfriado.
O governo chinês afirma que o reaparecimento em massa dessas doenças já era esperado após o longo período de isolamento provocado pela pandemia de COVID-19, uma vez que as pessoas não criaram imunidade por exposição.
A maior incidência de doenças respiratórias em crianças se justifica por a maioria delas não ter tido nenhum contato fora do lar até esse ano, e o sistema imunológico não estar forte o suficiente para combater doenças a que adultos já foram expostos. Com o fantasma da pandemia ainda rondando, pais entram em desespero ao verem os filhos doentes e acabam correndo para os hospitais, sobretudo se a doença perdura por mais que alguns dias, o que justifica o alto número de internações.
Crianças recebem medicação intravenosa em hospital de Pequim (Foto: reprodução/Jade Gao / AFP)
Motivos para se preocupar
Ainda que tais doenças sejam comuns, há um fato incomum relacionado a elas: os medicamentos tradicionais para combate de tais enfermidades, na Ásia, possuem eficácia somente em menos de 15% dos casos. Com isso, bactérias como a M. pneumoniae se tornam superbactérias, pois não podem mais ser mortas por antibióticos tradicionais e precisam de novos medicamentos para serem contidas. A OMS se mantém atenta, mas afirma que no momento não há com o que se preocupar.
Foto destaque: sala de espera de hospital em Pequim lotada com responsáveis e crianças após surto de doenças respiratórias (reprodução/Jade Gao/AFP)