Cientistas descobrem a maior bactéria do mundo

Julia Cabrero Por Julia Cabrero
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Nesta quinta-feira (23), um estudo publicado na revista Science anunciou sua mais nova descoberta. Uma bactéria que é grande o suficiente para ser vista a olho nu, além também de sua forma e tamanho, semelhantes a um cílio. Essa bactéria foi descoberta pela primeira vez enquanto crescia como finos filamentos brancos nas superfícies de folhas de mangue que estavam em decomposição nos manguezais marinhos tropicais rasos em Guadalupe, nas Pequenas Antilhas. 

Essa descoberta é uma novidade surpreendente, até agora todas as bactérias conhecidas só podiam ser observadas com o uso de microscópio composto. Chamada de ‘Thiomargarita magnifica’, por conta de seu tamanho, possui um comprimento médio de célula superior a 9.000 micrômetros, que é quase 1 centímetro de comprimento. 

Normalmente, a maioria das células das espécies bacterianas possuem cerca de 2 micrômetros de comprimento, apesar de as maiores possam chegar a 750 micrômetros.


Microscópio normalmente utilizado em estudos e análises (Foto: Reprodução/Roster) 


De acordo com o coautor do estudo Jean-Marie Volland, biólogo marinho e cientista do Laboratório de Pesquisa em Sistemas Complexos da Califórnia e afiliado do Departamento de Energia do Instituto Conjunto do Genoma dos Estados Unidos, a Thiomargarita magnifica pode crescer até 2 centímetros de comprimento. 

Ela possui uma extensa rede de membranas produzindo energia para que não dependa apenas da superfície da bactéria para absorver nutrientes através de sua célula.

“Esta foi uma descoberta muito interessante que abre muitas novas questões porque não é algo que é classicamente observado em bactérias. Na verdade, é uma característica de células mais complexas, o tipo de células que constituem nossos corpos ou animais e plantas”, declara Jean-Marie Volland.

Além disso, a cientista sênior do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley na Califórnia, Tanja Woyke, declarou que é muito provável que as bactérias gigantes, ou espécies parecidas, possam ser encontradas em outros manguezais ao redor do mundo.

“Viés de confirmação relacionado ao tamanho viral impediu a descoberta de vírus gigantes por mais de um século”, segundo o estudo. “A descoberta do Ca. T. magnifica sugere que bactérias grandes e mais complexas podem estar escondidas à vista de todos.” E Tanja Woyke ainda acrescenta que “Só porque ainda não vimos, não significa que não exista.”

Foto Destaque: Reprodução/AFP

 

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