Desafiando a morte: Cientistas “revivem” células de porcos mortos

Bianca Aristides Por Bianca Aristides
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O estudo publicado na revista científica Nature, anunciou, nesta última quarta-feira (3), que os Pesquisadores da Universidade de Yale, dos Estados Unidos, conseguiram reviver as células e órgãos de porcos. O método fez a circulação sanguínea e os principais órgãos vitais retornarem à vida, como o coração e o cérebro, uma hora após a morte dos animais.

A nova técnica usada pelos cientistas é chamada de OrganEx, fazendo a substância circular dentro do corpo dos porcos, mesmo depois de mortos. O líquido é desenvolvido por uma espécie de proteína sintética que mimetiza a hemoglobina, transportando o oxigênio pelo sangue. A eficácia da pesquisa fez o coração voltar a bater e ativar o funcionamento dos órgãos dos animais, como os rins ao filtrarem o sangue normalmente. 

De acordo com a publicação na revista científica, a pesquisa muda a “definição de morte cardíaca” – a ideia de que a circulação sanguínea e a oxigenação do corpo para depois da morte – se torna um novo desafio a sobre a vida e questões éticas. 

“O objetivo do nosso artigo é mostrar que as células não morrem da forma como supomos, o que basicamente abre uma possibilidade de intervenção”, explicou o Zvonimir Vrselja, pesquisador em neurociências. Ressaltando que: “Neste estudo, estamos mostrando que, se intervirmos adequadamente, podemos dizer às células para não morrerem”, afirmou.


Imagens da restauração das células do porcos. (Foto: Reprodução/ Equipe do Laboratório Sestan; Escola de Medicina de Yale)


Apesar de todo sucesso com as células e os órgãos vitais, o método não conseguiu restaurar os todos órgãos vitais, por exemplo: as atividades cerebrais dos porcos durante o procedimento não retornaram. A mesma equipe comprovou em estudo anterior que foi observado que as “células não estavam vivas, só ativas”. Um dos intuitos da pesquisa é ajudar o sistema de transplante de órgãos, aumentando sua conservação, além de, buscar colaborar no tratamento de ataques cardíacos e AVCs. Os pesquisadores focaram a princípio nos órgãos como: o coração, pulmão, fígado, rins e pâncreas. 

Efeitos e questões éticas:

Os cientistas observaram que a utilização da OrganEx foi bem-sucedida ao preservar mais os tecidos, outro fator descoberto, foi que o método evitou hemorragias e inchaços. Em comparação a primeira técnica com o uso de (EMO) que é conhecida por tentar preservar os órgãos de algumas pessoas mortas para doação e até mesmo para ressuscitar pessoas após um ataque cardíaco. Logo, nos porcos, a técnica danificou o corpo do animal, com inchaço, além ter deixado em colapso os vasos sanguíneos.

Arthur Caplan, bioeticista da Universidade de Nova York, disse que o estudo sobre a morte se torna um processo difícil ao encontrar uma forma correta de declarar uma pessoa morta, visto que, será adaptada à medida que a medicina continuar avançando. As pessoas tendem a se concentrar na morte cerebral, mas não há muito consenso sobre quando ocorre a morte cardíaca”, diz ele. “Este artigo traz isso para casa de uma maneira importante.”

Por enquanto a tecnologia ainda não foi testada em humanos e, os cientistas, afirmam que ainda tem um longo caminho e que está em fase experimental. Vale ressaltar que esse estudo não é o primeiro que busca reviver células humanas após a morte, ele vem sendo estudado há anos. Contudo, é bastante criticado por relacionar a morte em questões éticas, ao precisar ser testada em vários órgãos humanos e sem circulação sanguínea, podendo prejudicar o sistema de transplantes.

Foto destaque: Imagem de um porco vivo. Foto. Reprodução/Pexels

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