No mês de dezembro, as atenções das autoridades em saúde se voltam para a prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), principalmente do vírus da Aids. Segundo estimativa da ONU, o Brasil tem cerca de 960 mil pessoas vivendo com HIV, sendo que 50 mil novos casos foram registrados apenas no ano passado.
Apesar do registro recente do Ministério da Saúde em relação à diminuição de casos no país entre 2019 e 2021, existe uma preocupação com os jovens de 15 a 24 anos, faixa-etária que apresentou aumento no número de infectados. Quem faz o alerta é o infectologista do Hospital IGESP, Marcos Antônio Cyrillo.
“É preocupante o dado referente aos jovens. Precisamos falar sobre prevenção e melhorar a abordagem sobre orientação sexual, assunto que ainda é polêmico principalmente nas famílias”, afirma. “Hoje temos mecanismos eficazes na política de combate ao HIV, como os testes rápidos, a medicação preventiva e a distribuição de preservativos masculinos e femininos. Tudo é oferecido de forma gratuita na rede pública de saúde, mas é fundamental saber como atingir a população jovem”, acrescenta.
Além do vírus da Aids, a Campanha Dezembro Vermelho alerta ainda para o combate a outras Infecções Sexualmente Transmissíveis, como sífilis, herpes genital, gonorreia, tricomoníase, infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) e hepatites virais B e C. Todas elas preocupam, pois, se não forem diagnosticadas e tratadas, podem levar a complicações, como a infertilidade e até a morte.
O infectologista do Hospital IGESP alerta que as ISTs podem se manifestar por meio de sintomas como feridas, corrimentos, verrugas e ardência ao urinar, mas que algumas podem não apresentar sinais. “As pessoas sexualmente ativas devem sempre observar possíveis alterações no corpo, que podem indicar uma IST. Além disso, em caso de relação sexual desprotegida, é importante procurar o serviço de saúde e realizar avaliação com profissional por meio de exames específicos”, conclui Cyrillo.
Todos os anos, cerca de 360 milhões de casos de ISTs são registrados no mundo, e infecções como sífilis e gonorreia ainda estão presentes em grande número, sendo importante combater a transmissão destas especialmente aos recém-nascidos.
Sobre o HIV/AIDS, com os novos tratamentos disponíveis as pessoas estão vivendo mais e com maior qualidade de vida.
Importante saber
Há dez anos, estão disponíveis nas redes de saúde medicamentos preventivos, capazes de reduzir o risco de adquirir o vírus HIV por meio de relações sexuais. Entre os mais eficientes, está a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), voltada a pessoas não infectadas, que envolve a utilização de um medicamento antirretroviral.
A PrEP é indicada a públicos específicos, que tenham maior risco de entrar em contato com o HIV, como trabalhadores(as) do sexo, pessoas com mais de um parceiro e sem costume de usar camisinha e ainda para quem apresente episódios frequentes de ISTs.
Não confunda
A PrEP é a Profilaxia Pré-Exposição, mas existe também a PEP (Profilaxia Pós-Exposição), medicação antirretroviral que deve ser utilizada até 72 horas após situação em que exista o risco de contato com o vírus HIV. O tratamento é via oral e deve ser seguido por 28 dias ininterruptos.
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