Enquanto OMS ainda não declara o fim da pandemia, é importante manter as medidas sanitárias da COVID-19

Melissa Lois Por Melissa Lois
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Apesar da flexibilização do uso de máscaras e da volta do comércio no Rio de Janeiro, o vírus permanece com seu potencial de infecção. Isso faz com que o Estado tenha  uma taxa de mortalidade e de incidência de casos de COVID-19 maior que a média nacional, mesmo não tendo a maior população ou número de casos das demais regiões, segundo o Painel Coronavírus, atualizado no dia 22 de setembro. O relatório, que reúne dados das secretarias estaduais de Saúde,  mostra que a Região Sudeste é uma das mais atingidas pela Covid-19 no país.

“Acredito que locais fechados associados a aglomeração deveriam continuar a indicação de uso para evitar a transmissão. Também pessoas que são de maior risco para hospitalização e óbito […] deveriam continuar utilizando máscaras, principalmente quando se expõem a locais de risco e de elevada transmissão”, afirmou o infectologista Julio Croda, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.

Além disso, São Paulo e Minas Gerais são os estados mais populosos da Região Sudeste, ultrapassando o dobro da quantidade de habitantes do Rio de Janeiro. Os cariocas mantêm uma taxa de mortalidade e de incidência do vírus maior que os dois estados. 

Através de relatórios divulgados pelas secretarias estaduais de saúde, pode-se ter um panorama geral do Brasil de casos e óbitos. O país alcançou aproximadamente mais de 34 milhões de casos e também, cerca de 685 mil óbitos desde o primeiro contágio do vírus. Porém, é válido recordar que só a região sudeste, com a maior densidade demográfica, ultrapassou os 13 milhões de casos. 

Para impedir essa crescente de números de casos e óbitos, a vacina contra o vírus é a melhor saída. A partir da vacinação, é possível contrair o vírus de forma mais branda, diminuindo as chances de complicações durante a doença. “É necessário se vacinar com a dose de reforço, pois existe uma proteção adicional.”, reforçou Julio a importância dos cidadãos tomarem a dose de reforço da vacina. O especialista concluiu reforçando que é necessário seguir a recomendação do Ministério da Saúde, que não faz nenhum tipo de distinção em relação à infecção prévia, no que diz respeito à recomendação da dose de reforço. 


Medidas sanitárias contra a COVID-19 (Foto: Reprodução/Freepik

 


As pessoas que não possuem o esquema vacinal completo, oferecem um risco para si mesmo e para toda a sociedade. O risco individual é contrair a forma grave da doença, mas para a sociedade, é o risco do colapso do sistema de saúde. “Quando a gente tem uma variante mais transmissível e com muitas pessoas não vacinadas ou sem a dose de reforço, isso pode gerar uma demanda muito elevada para os serviços de saúde, serviços de emergência e internações hospitalares, principalmente leitos de terapia intensiva.”, declarou o infectologista. Além disso, finalizou explicando as consequências dessa sobrecarga nos postos de atendimento de saúde público: ”A população que tem outras doenças pode não conseguir ser atendida nos serviços de saúde justamente por causa desta demanda aumentada, associada a pessoas não vacinadas que procuram os serviços de saúde nos períodos epidêmicos sazonais.”

No entanto, mesmo a pandemia estando controlada atualmente, ainda é cedo para declarar o fim da pandemia. Depois da vacina, os casos e óbitos caíram muito, as taxas de transmissão permanecem abaixo de um, indicando que a propagação do vírus não está aumentando, e há meses não aparece uma nova variante perigosa como a Ômicron.

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a linha de chegada está próxima, mas a baixa cobertura vacinal em alguns países da África, a leve alta nos casos registrada na Europa, e a possibilidade de interrupção de vários programas da OMS para imunizantes e tratamentos quando o estado de emergência for finalizado são alguns dos motivos pelos quais a organização ainda resiste em decretar o fim. Enquanto o fim da pandemia não é decretado pela Organização Mundial de Saúde, o ideal é manter as medidas sanitárias, como álcool gel, máscara e vacinação em dia.

Foto Destaque: Pessoa com sintomas da COVID-19. Reprodução/Freepik

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