Cerca de metade das mulheres na menopausa notam perda de cabelo acelerada e mudanças na textura nesta fase da vida.
Isso acontece porque os anos anteriores e posteriores à menopausa são caracterizados por mudanças drásticas nos níveis de hormônios sexuais femininos. É o que explica a Dra. endocrinologista Deborah Beranger.
A endocrinologista argumenta que os hormônios femininos são relacionados ao crescimento e boa textura do cabelo e é por isso que durante a gravidez, quando eles estão em profusão, os fios tornam-se mais bonitos, brilhantes, densos, fortes e com crescimento acima da média.
Segundo a Dra. Deborah, outros hormônios, principalmente a testosterona, que tem sido mais estudado, são responsáveis pela produção de sebo, que são óleos que nutrem e hidratam o couro cabeludo e a haste capilar. “Durante a menopausa, esse hormônio também pode ser jogado fora de sintonia, possivelmente levando a um couro cabeludo cada vez mais seco e escamoso e a cabelos mais quebradiços”, diz a Dra. Deborah Beranger.
Outros fatores que podem alterar o cabelo
A endrocrinologista diz que, em muitos casos, as alterações hormonais relacionadas à menopausa podem exacerbar um problema de cabelo que já pera pré-existente. “Situações de estresse físico ou emocional, que elevam o cortisol, podem levar a uma situação de queda temporária. Esse hormônio do estresse consome a proteína que ancora o fio dentro do folículo capilar. Geralmente, a perda de cabelo ocorre cerca de dois a três meses após o evento estressante”, diz a Dra. Deborah.
“Deficiências nutricionais também estão relacionadas. Uma dieta pobre em nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e proteínas, pode levar ao enfraquecimento dos fios e à queda de cabelo. Deficiências de ferro, zinco, vitamina D, vitamina B12 são as mais comuns.
Também podemos citar algumas condições médicas, como doenças da tireoide, doenças autoimunes, infecções do couro cabeludo ou desequilíbrios hormonais, que podem afetar a saúde do cabelo e causar queda e afinamento capilar”, acrescenta a Dra. Lilian.
Tratamentos médicos, como quimioterapia, radioterapia e certos medicamentos utilizados para tratar condições crônicas, podem levar à perda de cabelo temporária ou permanente, segundo a Dra. Lilian.
Como gerenciar essas mudanças
Quanto mais cedo você procurar ajuda para mudanças no cabelo, melhores serão os resultados das intervenções, segundo a endocrinologista.
Para algumas mulheres, a terapia hormonal – que é usada regularmente para controlar outros sintomas da menopausa, como ondas de calor e névoa cerebral – pode ajudar nas mudanças capilares, mas não há dados reais sobre a eficácia dessa opção, segundo a Dra. Deborah Beranger.
Os métodos testados e comprovados para reduzir a queda de cabelo são eficazes, mesmo que a perda de cabelo esteja relacionada à menopausa, conforme a Dra. Lilian.
“Um clássico da Dermatologia, o minoxidil tópico aumenta a circulação do couro cabeludo e prolonga a fase de crescimento do cabelo, conhecida como fase anágena, estimulando a atividade dos folículos capilares.
Suplementos orais contendo vitaminas e minerais essenciais, como vitamina D, zinco, ferro e ácido fólico, podem ajudar a melhorar a saúde do cabelo e estimular o crescimento capilar. No entanto, é importante consultar um médico antes de iniciar qualquer suplementação para garantir que você esteja tomando as doses corretas”, diz a Dra. Lilian.
Lasers e terapia regenerativa também entram no rol de tratamentos.
DRA LILIAN BRASILEIRO: Médica especialista em Dermatologia, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
DRA. DEBORAH BERANGER: Endocrinologista, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ).
Foto destaque: menopausa e cabelos. Foto/Reprodução