Entenda o medicamento que pretende reverter a obesidade

Alexandre Kenzo Por Alexandre Kenzo
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Com novo medicamento produzido em laboratório da Universidade de Massachusetts Amherst, nos Estados Unidos, foi possível reverter a obesidade e reduzir o colesterol em camundongos, apesar dos animais se alimentarem com uma dieta rica em gordura.

Através de um transportador de nanogel, o medicamento foi administrado diretamente no fígado. Esse novo mecanismo, segundo a equipe de pesquisa, significa que o encapsulamento de medicamentos em nanogéis poderá no futuro tratar com eficiência doenças similares, como por exemplo doença hepática gordurosa, diabetes tipo 2 e colesterol alto.


 O método de direcionamento de medicamento no corpo é revolucionário para a indústria. (Foto: Reprodução/OGlobo/Freepik)


Funcionamento da droga

O nanogel utilizado transporta um hormônio tireoidiano (referente à tireoide, glândula localizada no pescoço) e sintético (produzido de forma artificial) chamado tiromimético.

Em contraste com os hormônios não-sintéticos da tireoide, que ajudam a manter o metabolismo do fígado em equilíbrio, os tiromiméticos sistemicamente agem na direção contrária, justamente reduzindo a eficácia dos hormônios naturais, e ajudando a promover reações no metabolismo que o corpo por si só normalmente não consideraria. O fato de tal hormônio vir encapsulado, segundo os especialistas, reduziu o risco de efeitos colaterais indesejáveis.

“Cem milhões de americanos têm obesidade e distúrbios cardiometabólicos relacionados. Percebemos que precisávamos entregar esse medicamento seletivamente ao fígado porque, se fosse para outros locais, poderia causar complicações. Criamos uma abordagem simples, utilizando a nossa invenção, nanogéis, que podemos direcionar seletivamente para diferentes alvos”, disse S. Thai Thayumanavan, um engenheiro quimico e biomédico que foi autor do estudo.

Modelos de camundongos

Thayumanavan e colegas usaram modelos de camundongos para confirmar que poderiam direcionar seu transportador de nanogel somente para células do fígado, chamadas de hepatócitos. O tiromimético com nome de axitirome foi empacotado em nanogéis aniônicos (ANGs) e administrado a camundongos “obesos”, sob controle diário por cinco semanas. Desde então, foi feita a injeção abdominal.

Os ratos acima do peso foram alimentados ainda assim com uma dieta de altos valores gordurosos para testar o medicamento, inciando até 24 semanas antes do tratamento em si. Após o contínuo uso, os níveis de colesterol caíram significativamente, e inflamações prejudiciais do fígado diminuíram.

A utilização das ANGs também em humanos promete resultados similares, embora mais estudos e pesquisas sejam necessários para comprovar os padrões apresentados e assegurar os cientistas de menores riscos na possibilidade de testes além de camundongos.

 

Foto Destaque: Amostra de medicamento. Reprodução/Pixabay

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