Entenda o que acontece no seu corpo ao amamentar

Joana Tchian Por Joana Tchian
6 min de leitura

O incentivo do aleitamento materno pelas autoridades de saúde pública não visa apenas garantir um suporte nutricional aos bebês e um vínculo que facilite o prolongamento da amamentação. Ele visa também preservar a vida e a saúde das mães.

Da mesma forma que os bebês colhem as consequências positivas da amamentação, como a menor propensão a doenças infecciosas, por exemplo, as mulheres mães também recebem benefícios dela, como a redução do risco de desenvolverem câncer e diabetes, por exemplo.

O que você ganha com a amamentação

A partir do momento em que uma mulher nasce e em todo o seu período de gestação, o seu organismo passa por diversas alterações que tornam a mãe pronta para amamentar.

Logo após o parto, inicia-se o ápice deste processo, pois os efeitos da lactação se tornam mais evidentes. Muitos desses efeitos podem durar a vida toda, como:

– Aumento do tamanho das mamas;

– Alterações nos hormônios;

– Rachadura e dor no bico do peito;

– Possível perda de peso;

– Bloqueio dos ductos lactíferos;

– Redução do risco para diabetes, tumores e doenças cardiovasculares.

Rápida ação hormonal

A liberação dos hormônios ocitocina e prolactina se torna mais intensa no período pós-parto. A prolactina estimula os alvéolos, que são as estruturas que produzem o leite. Já a ocitocina tem a função de fazer o leite fluir em tubos pequenos que são chamados de ductos mamários, facilitando a saída do líquido pelo bico do peito. Essa atividade é estimulada assim que começa a sucção do bebê.

– A amamentação estimula o hormônio ocitocina, que auxilia nas contrações uterinas. O objetivo principal é fazer o órgão voltar ao seu tamanho normal o mais rápido possível;

– O hormônio ocitocina diminui o sangramento pós-parto, sendo uma mediada protetiva contra a anemia;

– A prolactina e ocitocina, juntas, também são responsáveis pelo desejo intenso de ficar perto do bebê.

Aumento do volume das mamas

Desde o período da gestação, o corpo da mulher prepara as mamas para o aleitamento, e isso faz com que elas aumentem de tamanho, tornando-se mais pesadas e sensíveis, principalmente no período pós-parto.

O papel do estrógeno é bem importante, pois ele garante o aumento das glândulas que produzem o leite, gradualmente.

– A cor da aréola, que é a parte mais escura das mamas, muda e pode ocorrer o surgimento de pequenas bolinhas na região;

– Os Tubérculos de Montgomery possuem função hidratante, dispensando o uso de pomadas ou cremes no local;

– Escolher sutiãs com suporte adequado alivia incômodos eventuais.

Lesões no bico do peito

As dores e rachaduras no bico do peito são tão intensas às vezes que podem fazer com que as mulheres desistam da amamentação. Na maioria das vezes, elas ocorrem por conta da falta de ajuste da pega do bebê no peito.

– Para prevenir essas lesões, certifique-se de que o bebê abocanhou completamente a parte inferior da aréola;

– Aproveite o leite para fazer a hidratação da região, já que ele funciona como um hidratante e alivia esses sintomas;

– É importante conversar com o médico, caso as dores persistam;

– Não desista da amamentação. Com pouco tempo, ela se torna confortável. Mas, se a dor não passar, precisa fazer a investigação.


Dicas de como ajustar a pega do bebê na amamentação. (Foto: Reprodução/UFMA)


Endurecimento das mamas

O acúmulo extremo do leite e o sue espessamento pode contribuir para a obstrução da sua passagem pelos ductos mamários e, com isso, o aparecimento de infecção bacteriana e aparecimento de inflamação podem se facilitados.

Além disso, o uso de cremes, pomadas, absorventes, grande intervalo entre as mamadas ou aleitamento com horário restrito e fixo pode provocar este quadro.

Nestas situações, o peito tende a ficar duro ou “empedrado”, podendo apresentar inchaço, sensibilidade ao calor e ao toque, e vermelhidão. Além disso, também podem aparecer: dores musculares, febres e calafrios.

Os sintomas podem ser aliviados com o uso de compressas quentes ou banhos quentes, além de massagem com a ponta dos dedos.

Corpo blindado contra alguns tumores

A ciência confirma que quanto mais tempo durar uma amamentação, maior é a proteção do corpo contra alguns tipos de câncer de mama.

A explicação por trás disso é a menor exposição hormonal, principalmente do androgênio, que tem influência para o tumor de câncer de mama, durante a infertilidade e ausência de menstruação.

Redução do risco de diabetes

Outro benefício da amamentação é a proteção contra diabetes tipo dois. Segundo especialistas, o risco de uma mulher que está em processo de amamentação desenvolver essa enfermidade é duas vezes menor do que as que não amamentam. A cada ano de amamentação, 9% de chance de diabetes é reduzida.

 

Foto destaque: Mãe amamentando. Reprodução/Governo Federal

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