No último domingo (5), a apresentadora Giovanna Ewbank, 40, contou ao Fantástico sobre os detalhes do diagnóstico de seu filho Bless, de 8 anos. Ela explica, também, o porquê decidiu levar o filho a um especialista e o que mudou na vida da família após o laudo de Transtorno de Processamento Sensorial.
“A gente tem que entender as condições dos nossos filhos para que a gente possa ajudar e para que eles possam viver tranquilamente sem estar incomodados da melhor maneira possível e com ajuda profissional”, disse.
A revelação sobre a síndrome vivida por Bless veio após um episódio do podcast apresentado por Gio e Fê Paes Leme, o Quem Pode, Pod. No programa, onde o entrevistado era o jornalista Manoel Soares, Gio se emocionou ao mencionar o diagnóstico de Transtorno de Processamento Sensorial do Filho.
Bless na capa da Bazaar Kids Brasil. (Foto: Reprodução/BCharts)
Desde então, a condição, que era pouco conhecida, tornou-se centro de uma série de relatos e proporcionou a abertura de novos diálogos e diagnósticos. O discurso da atriz e apresentadora sobre a sensibilidade sensorial do filho proporcionou a desestigmatização de transtornos mentais e fez com as pessoas se sentissem mais abertas e confortáveis para discutir a respeito dessas condições.
Mas, afinal, o que é o Transtorno de Processamento Sensorial?
O psiquiatra Gustavo Estanislau explicou o Transtorno de Processamento Sensorial como uma condição neurológica que afeta os cinco sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar). Ele conclui que essa síndrome, que consequentemente está ligada às alterações sensoriais, provoca uma hipersensibilidade no indivíduo.
Dessa forma, uma pessoa hipersensível sentirá as coisas ao seu redor de forma muito mais intensa do que a maioria das outras, e caso não tratada, ao passar dos anos essa condição poderá afetar a qualidade de vida do indivíduo.
“As alterações do processamento sensorial, acontecem quando o cérebro da gente, em contato com os estímulos que estão à nossa volta, passa a processar esses estímulos de forma muito diferente do normal”, explicou o psiquiatra.
Quais são as características dessa síndrome?
Uma pessoa hipersensível, ou seja, aquela diagnosticada com o Transtorno de Processamento Sensorial, pode apresentar inúmeras características. E para compreender esses traços, é necessário ter em mente que as pessoas são múltiplas e que o fato de viverem a mesma síndrome não significa que elas terão as mesmas sensibilidades sensoriais.
Posto isso, veja alguma características notadas nos principais diagnósticos da síndrome:
- Incômodo extremo a certas texturas de roupa;
- Intolerância a ruídos;
- Aversão a cheiros fortes, alimentos e suas texturas;
- Desconforto diante de barulho e contato físico;
- Náusea, enjoo e ânsia de vômito sem motivo específico ou palpável;
- Sensibilidade a determinados tipos de iluminação, e outros.
Terapia ocupacional – tratament para TPS. (Foto: Reprodução/Freepik)
Como funciona o tratamento do TPS?
As características de uma pessoa que vive com o transtorno, geralmente, são notadas ainda na infância. A maioria dos casos, porém, é vista apenas como birra ou frescura. Por essa razão, é importante que um especialista seja consultado. A fim de sanar algumas questões comportamentais ou até mesmo entender o porquê das características e passar a viver melhor com elas, existem uma série de tratamentos naturais.
Especialistas da área recomendam que o tratamento do Transtorno de Processamento Sensorial seja realizado a partir de acompanhamento com um terapeuta ocupacional. As sessões da modalidade de terapia ocorrem de forma lúdica e busca abrandar os sintomas da síndrome sensorial.
A terapia ocupacional coloca a pessoa diante de atividades semelhantes àquelas do dia a dia e geralmente desempenha um papel bastante efetivo na vida da pessoa. No caso de pessoas que apresentam sintomas de isolamento social, ansiedade ou depressão, a terapia comportamental também pode ser encaixada na rotina.
Foto destaque: Bless e Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso. Reprodução/Instagram.