Dois avicultores espanhóis testaram positivo para gripe aviária. São os primeiros casos da doença na Espanha desde 2003, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O surto em aves foi oficializado no dia 20 de setembro. Ainda não há transmissão entre humanos confirmada. A doença matou bandos de aves na Europa e nos Estados Unidos.
Os dois infectados possuem 19 e 27 anos. Seus casos foram identificados entre setembro e outubro em Guadalajara, no centro da Espanha. Acredita-se que os trabalhadores tenham sido infectados pela Influenza A (H5N1) devido à exposição a aves ou ambientes infectados na fazenda em que trabalham. Eles não apresentaram sintomas e permaneceram isolados até testarem negativo.
As infecções por gripe aviária podem levar de casos assintomáticos a pneumonia grave e até a óbito. Entre 2003 e 21 de outubro de 2022 foram 868 casos e 456 mortes pela doença em humanos, de acordo com a OMS. Entre 2021 e 2022 apenas três casos confirmados: estes dois na Espanha e um no Reino Unido. A Inglaterra impôs um confinamento de aves a partir do dia 7 de novembro. Já são mais de 200 casos confirmados da doença, em animais, no país.
Foto: Gripe aviária. Reprodução/Jerome Favre/EFE
Recentemente, cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) encontraram a presença de gripe aviária em pinguins na Antártica. Nesse caso, foi a cepa H11N2. Ele não tem gravidade nos animais, mas há a possibilidade de ser endêmico na região. Nenhuma cepa da gripe aviária circula no Brasil.
“O conhecimento desse vírus é importante porque ele ainda não foi identificado aqui, no Brasil. É importante para o acervo porque vai dando uma noção da diversidade do influenza e do que pode estar circulando naquelas espécies animais”, afirmou o virologista Fernando Couto Motta, pesquisador do Fioantar e do mesmo laboratório do IOC/Fiocruz.
No último dia 21 de outubro, o México reportou o primeiro caso de H5N1, a cepa grave da doença, no seu território. O vírus foi identificado em uma ave selvagem. O país já havia identificado outros tipos de gripe aviária na última década, como a H7N3.
Foto destaque: Gripe aviária preocupa Europa. Reprodução/EFE/EPA/MADS CLAUS RASMUSSEN
