Estudo descobre haver ligação entre odor da pele humana com atração dos pernilongos

Felipe Yamauchi Por Felipe Yamauchi
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Em um recente estudo liderado pela professora e chefe do laboratório de neurogenética e comportamento, Leslie Vosshall, da Rockfeller  University, foi descoberto que os pernilongos realmente são mais atraídos por um certo tipo de pessoas do que por outras. Os resultados foram publicados na revista científica “Cell”, na última terça-feira 18.

Para entender melhor o comportamento do inseto, a primeira autora do estudo e ex-bolsista de pós-doutorado na Rockefeller University, Maria Elena de Obaldia, criou um projeto de “ensaio olfatômetro de duas escolhas”, seria como uma caixa de acrílico em que duas meias estariam expostas. De um lado, haveria um “ímã de pernilongos” e do outro um “atrator baixo”. Os mosquitos usados eram da espécie transmissora da febre amarela, o Aedes Aegypti.


Pernilongo picando uma pessoa (Foto Reprodução/ Extra Online)


Na meia que atrai o inseto, foi comprovado haver mais de 50 compostos moleculares do que em comparação com o outro lado. A pele desses voluntários desenvolve taxas mais altas de ácido carboxílico, que é encontrado no sebo, aquela substância oleosa que cria uma barreira na pele e a deixa mais hidratada.

Segundo Leslie, a espécie feminina do mosquito busca por sangue humano para alimentar sua produção de ovos e por isso, elas usam um mecanismo para identificar e escolher suas “vítimas”. “Os ácidos não são tão fedorentos atuando sozinhos. Contudo o odor desenvolvido por eles pode ser o principal fator de atração para os insetos”, ressalta a especialista.


Mosquito picando a pele humana (Foto Reprodução: BBC NEWS BRASIL)


A professora pontua que tirar completamente os hidratantes naturais da pele pode ser nocivo ao corpo todo. Portanto, optar pelo uso de determinados produtos dermatológicos, pode diminuir as taxas do ácido carboxílico e assim os mosquitos se sentem menos atraídos pelas “vítimas”. “Cada picada deles, deixam as pessoas em perigo para a saúde pública. Principalmente por esta espécie transmitir doenças como: Zika, Febre amarela e Dengue”, relembra Leslie.

O professor especializado em neurogenética de mosquitos e associado da Florida International University, Matthew DeGennaro, aponta que os resultados desse estudo afirmou haver a possibilidade do microbioma da pele humana criar um odor atraente aos mosquitos e fazer mais pesquisas sobre esse fator, poderia ajudar no desenvolvimento de repelentes mais eficazes contra as picadas.

Foto Destaque: Mosquito picando pessoa. Reprodução: Minha Vida

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